23 novembro 2005
É chegada a hora!
Nélson Rocha Augusto
23/11/2005
A análise da eficácia da política monetária como um instrumento de combate à inflação é particularmente complexa no Brasil. Não existe paralelo em outros países conhecidos no mundo que possuam um volume de crédito tão baixo quanto no Brasil. Apenas um terço desse montante é crédito livre, portanto, sensível à elevação da taxa de juros.
Temos convivido também com uma estrutura de taxa de juros negativamente inclinada, o que faz com que a taxa de juros futura seja menor que a presente. Para controlar a liquidez, a autoridade monetária, cumprindo as determinações do Comitê de Política Monetária, recorrentemente toma dinheiro no curto prazo, pagando taxas altas e, conseqüentemente, aumentando o prêmio pago ao agente que se posiciona no curto prazo, em detrimento daquele que alonga sua posição.
Ou seja, remunera-se melhor o investidor que está com recursos investidos no curto prazo, sujeito a menor risco e maior liquidez, do que o que está no longo prazo -o que é, no mínimo, uma inversão.
O Brasil encontra-se hoje com uma sólida estrutura na balança de pagamentos, o real está apreciado, há excelente nível de reservas internacionais, elevado nível de confiança na economia, redução na percepção de risco, crédito externo, crescimento na taxa de investimento, capacidade instalada para expandir a oferta mesmo no curto prazo, uma política fiscal em equilíbrio, o volume de crédito na economia ainda baixo, inflação dentro da meta e com excelente perspectiva para 2006 e, finalmente, nosso patamar de taxa de juros muito elevado.
Certamente, há muita coisa ainda a ser feita para que o Brasil se mantenha na trilha de crescimento sustentado por um longo período de tempo, mas, graças à conjugação de todos os fatores que procuramos salientar, é chegada a hora de reduzirmos, de maneira relevante e perene, a taxa de juros no Brasil, até para preservar o que já foi conquistado.
Nélson Rocha Augusto
23/11/2005
A análise da eficácia da política monetária como um instrumento de combate à inflação é particularmente complexa no Brasil. Não existe paralelo em outros países conhecidos no mundo que possuam um volume de crédito tão baixo quanto no Brasil. Apenas um terço desse montante é crédito livre, portanto, sensível à elevação da taxa de juros.
Temos convivido também com uma estrutura de taxa de juros negativamente inclinada, o que faz com que a taxa de juros futura seja menor que a presente. Para controlar a liquidez, a autoridade monetária, cumprindo as determinações do Comitê de Política Monetária, recorrentemente toma dinheiro no curto prazo, pagando taxas altas e, conseqüentemente, aumentando o prêmio pago ao agente que se posiciona no curto prazo, em detrimento daquele que alonga sua posição.
Ou seja, remunera-se melhor o investidor que está com recursos investidos no curto prazo, sujeito a menor risco e maior liquidez, do que o que está no longo prazo -o que é, no mínimo, uma inversão.
O Brasil encontra-se hoje com uma sólida estrutura na balança de pagamentos, o real está apreciado, há excelente nível de reservas internacionais, elevado nível de confiança na economia, redução na percepção de risco, crédito externo, crescimento na taxa de investimento, capacidade instalada para expandir a oferta mesmo no curto prazo, uma política fiscal em equilíbrio, o volume de crédito na economia ainda baixo, inflação dentro da meta e com excelente perspectiva para 2006 e, finalmente, nosso patamar de taxa de juros muito elevado.
Certamente, há muita coisa ainda a ser feita para que o Brasil se mantenha na trilha de crescimento sustentado por um longo período de tempo, mas, graças à conjugação de todos os fatores que procuramos salientar, é chegada a hora de reduzirmos, de maneira relevante e perene, a taxa de juros no Brasil, até para preservar o que já foi conquistado.