07 março 2006
A blindagem ideológica do controle de capitais
J. Carlos de Assis
07/03/2006
O que se deve controlar? Deve-se simplesmente negar cobertura cambial pelo Banco Central à especulação monetária e financeira no exterior, seja por bancos, seja por particulares através dos bancos. E não é por razões morais, embora as haja. É pelo simples fato de que, sem isto, não se poderá reduzir significativamente a taxa básica de juros. De fato, cerca de um trilhão de reais em giro no over, na forma de lucro e reservas bancárias e de saldos de caixa de grandes empresas, pode resolver tomar o caminho do exterior em busca de rentabilidade em dólar, e nos mergulhar numa crise cambial.
Em verdade, a situação atual corresponde ao ágio que toda a economia paga para ter livre movimento de capitais sem crise financeira. A taxa de juros interna é tão alta que não há incentivo financeiro para os aplicadores do over partir para aplicações no exterior. Além disso, aqui eles têm rentabilidade alta e liquidez diária, o que é uma especialidade muito suculenta oferecida pelo nosso Banco Central. Mal acostumados como estão, é muito provável que uma parte significativa deles, se for contrariada por uma queda da taxa de juros, resolva ir lá para fora. É para evitar isso que o controle de capitais é essencial.
J. Carlos de Assis
07/03/2006
O que se deve controlar? Deve-se simplesmente negar cobertura cambial pelo Banco Central à especulação monetária e financeira no exterior, seja por bancos, seja por particulares através dos bancos. E não é por razões morais, embora as haja. É pelo simples fato de que, sem isto, não se poderá reduzir significativamente a taxa básica de juros. De fato, cerca de um trilhão de reais em giro no over, na forma de lucro e reservas bancárias e de saldos de caixa de grandes empresas, pode resolver tomar o caminho do exterior em busca de rentabilidade em dólar, e nos mergulhar numa crise cambial.
Em verdade, a situação atual corresponde ao ágio que toda a economia paga para ter livre movimento de capitais sem crise financeira. A taxa de juros interna é tão alta que não há incentivo financeiro para os aplicadores do over partir para aplicações no exterior. Além disso, aqui eles têm rentabilidade alta e liquidez diária, o que é uma especialidade muito suculenta oferecida pelo nosso Banco Central. Mal acostumados como estão, é muito provável que uma parte significativa deles, se for contrariada por uma queda da taxa de juros, resolva ir lá para fora. É para evitar isso que o controle de capitais é essencial.