30 abril 2006

 


A Bolívia e as multinacionais brasileiras
Luís Nassif
28/04/2006

A crise Brasil-Bolívia é um caso típico de diplomacia condescendente e empresas arrogantes, com comportamento típico de velhas potências coloniais. Essa é a visão de um experiente negociador brasileiro do setor privado, que passou por inúmeros países de Terceiro Mundo.

O caso da aciaria da EBX, de Eike Batista, é uma vergonha para o Brasil, diz ele. Em sua opinião, o empresário não está criando caso para não ter que expor à opinião pública brasileira detalhes de seu projeto.

No caso da Petrobras, chegou à Bolívia com a cabeça em Brasília e com a cultura do "petróleo é nosso" -da mesma maneira que a Standard Oil em relação ao Brasil, quando começamos a nos preparar para criar nossa própria indústria de petróleo.

Uma empresa tem que entrar em um país com visão de longo prazo, de permanecer por lá por 50 anos, como parceria. Essa visão de longo prazo é que define a atitude.


“Não existe projeto de desenvolvimento no governo Lula”
Carlos Lessa
22/04/2006

Eu sempre achei as elites brasileiras muito vagabundas, de má qualidade. Ulysses Guimarães dizia que, antes da Constituição de 1988, a sua geração era comprometida com o desenvolvimento para o povo, e não para a elite insaciável. E quem dizia isso era ele, uma figura insuspeita. As elites são horríveis; por exemplo, fizeram a abolição da escravatura e, durante a República Velha, não houve um partido brasileiro sequer que tratasse dos ex-escravos em seus programas. As elites brasileiras são absolutamente desinteressadas pelo povo e pela nação.


Propina sem empresário é praia sem sol
Elio Gaspari
30/04/2006

Uma pesquisa da PricewaterhouseCoopers mostrou que 96% dos 79 presidentes de empresas que faturam mais de US$ 100 milhões consideram a corrupção o principal problema brasileiro. Esse resultado fica de outro tamanho se um (basta um) desses 79 senhores disser publicamente o que acha de seus similares do Banco Rural e da Usiminas, empresas apanhadas na malha valeriana.

A idéia de que os políticos e servidores corruptos passam os dias dando e tomando dinheiro deles mesmos é ingênua e matematicamente neutra. Sem empresários, a corrupção é uma praia sem sol. Bem ou mal, o Congresso e a administração pública expõem e punem seus corruptos. O mundo dos negócios melhoraria se, além de reclamar da corrupção dos outros, os grandes empresários repelissem os malfeitores com quem convivem felizes.

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