04 maio 2006

 

As razões de Morales
Luís Nassif
04/05/2006

Antes de pretender lançar os "marines" brasileiros para sufocar a ação de Morales, seria conveniente entender direito o que ocorre na Bolívia. O país tem enormes riquezas minerais e uma pobreza africana. As riquezas naturais sempre foram vistas como o caminho para sua redenção social e econômica, e sua nacionalização foi claramente explicitada no programa de campanha de Morales.

E, aí, tem que se haver com os três pilares que dão sustentação ao seu governo. O primeiro é o chamado "circulo palaciano", formado por um grupo de intelectuais responsáveis pela administração do governo. São três nomes fortes: Juan Ramón Quintana, ministro da Presidência, Alfredo Rada, vice-ministro de Coordenação com Movimentos Sociais, e Héctor Arce, vice-ministro de Coordenação Governamental.O segundo pilar são as populações indígenas, de onde vêm a força e as lealdades maiores a Morales. No ministério, esse setor é representado por David Choquehuanca. O terceiro pilar são as centrais sindicais, cujo homem de confiança de Morales é o líder camponês Román Loayza.

No plano da estratégia continental, o desenvolvimento econômico e social do continente e a estabilização política dependem mais do que nunca da integração econômica e física. E esse processo passa pelo desenvolvimento equilibrado entre todos os países. Não se trata de questão ideológica. É uma inevitabilidade, independentemente dos governos de plantão. É essa integração que criará zonas de desenvolvimento e permitirá montar metas continentais, da mesma maneira que na União Européia.

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