24 maio 2006

 

Che Lembo, a piada
Clóvis Rossi
24/05/2006

1 - Cláudio Lembo foi, durante anos, o braço direito de Olavo Setúbal, o patriarca do banco Itaú. Setúbal, como todo mundo sabe, é um dos sobrenomes mais clássicos e lustrosos da "elite branca" e da "burguesia", um autêntico "quatrocentão". Não consta que, durante todo o período em que trabalharam juntos, Lembo tenha pedido que o "burguês" Setúbal abrisse a bolsa ou lhe tenha cobrado as culpas pela miséria da pátria tropical.

2 - Lembo foi da Arena e, depois, do PDS, os dois partidos que deram sustentação à ditadura militar. Não consta que a ditadura fosse anti-burguesia nem que Lembo tenha feito críticas, por exemplo, às violações dos direitos humanos por ela praticadas, quando os "comunistas" abriam à força a bolsa da "burguesia".

3 - Lembo passou para o PFL, partido que está há 12 anos subordinado fielmente ao PSDB, apoiando todas as políticas que a "burguesia" não cessou de aplaudir, até porque cevada com o pagamento de juros obscenos. Como, de resto, o faz hoje o neo-amigo de Lembo, Luiz Inácio Lula da Silva. Não consta que Lembo tenha reclamado dessas benesses à burguesia nem que tenha descoberto antes a "deslealdade" de seus companheiros de viagem. Doze anos de distração é demais, não?

Lembo tem, sim, entre outras, a grande qualidade de não se levar a sério e de ser capaz de rir de si mesmo, o que raramente acontece com os políticos, que se acham mais do que são. Não é culpa dele o surto recente de frases de efeito. É culpa dos que as levamos a sério.

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