04 julho 2006

 


Os cabeças de chuteira
Luís Nassif
04/07/2006
Há semelhanças claras entre Parreira e o comando da política econômica, inclusive na tentativa retórica de teorizar sobre aspectos comezinhos da vida, para racionalizar a própria falta de coragem de tomar atitudes.

A primeira característica comum -em Parreira e em sucessivas equipes econômicas- é a incapacidade de adaptar seus princípios táticos à realidade.

A segunda, prima-irmã da primeira, é o predomínio da inércia, o receio de correr o risco da mudança.

Para acentuar a segunda característica, tem a terceira: a pressão dos patrocinadores e/ou futuros empregadores, os fabricantes de artigos esportivos e o mercado, incutindo dose adicional de inércia ao jogo. Não está claro qual o "hedge" de que se vale uma Nike contra o risco da não-escalação de seus patrocinados. Mas que tem, tem.

A quarta característica é se valer de pequenas vitórias irrelevantes para justificar a manutenção do modelo. Uma vitória apertada contra adversários sem expressão assim como qualquer melhora irrelevante nos indicadores do PIB são pretextos para a não-ação.

A quinta característica é a falta do agente político, capaz de estimular o "espírito animal" -no caso da política econômica, dos empresários em investir; no caso de Parreira, dos jogadores em jogar. Felipão para presidente!

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