14 setembro 2006
Uma frase para Palocci
Jânio de Freitas
14/09/2006
Mas outro aspecto da freqüência de Palocci à casa revelada por Francenildo, à parte o aspecto das motivações pessoais, precisa dos esclarecimentos de um outro inquérito.
Em seu último ou penúltimo depoimento na Câmara, Rogério Buratti aproveitou um breve intervalo de diálogo, e nele encaixou esta frase: "O que interessa saber (ou "o importante é saber') para que eram as reuniões na casa". Foi desse mesmo jeito mais insinuado, voz baixa, que Buratti introduziu muitas indicações úteis aos questionadores. No caso, o teatrinho dos parlamentares logo se reanimou, e a frase de Buratti nada rendeu.
Nem por isso perdeu-se. E não só porque ficou gravada. Mas porque está viva como expectativa de esclarecimento com potencial equivalente, talvez, ao dos escândalos em que surgiu. Embora se limite a uma referência, no indiciamento de Palocci, o delegado Rodrigo Carneiro Gomes alerta o Ministério Público para indícios do crime de advocacia administrativa por Palocci. Práticas que costumam remeter a reuniões de negócios. E lembram Buratti.
Cavando uma trincheira
Demétrio Magnoli
14/09/2006
O horizonte de FHC não é outubro. São os próximos quatro anos.
Na hora da verdade, a oposição fracassou ao não dar nome às coisas. Sublimando o "crime de responsabilidade" de Lula, em parte para salvar Eduardo Azeredo, concedeu ao Planalto o passaporte para a difusão do discurso de que "todos os políticos são iguais". Essa flecha envenenada atravessou as instituições da República, que fenecem enquanto se agiganta o vulto do salvador da pátria.
Esse novo "partido de Lula", reverente aos interesses da alta finança, sustentado por políticas de clientela, composto por chefetes regionais e arrivistas, está sendo criado agora e só poderia nascer depois da morte do PT. No cenário dos sonhos do presidente-pai, que se vê ao espelho como a imagem da própria nação, o segundo mandato não será toldado por essa inconveniência da democracia que é a existência de oposição.
A marca que distingue o estadista do líder político comum não é uma propensão menor ao erro, mas a capacidade de elevar-se acima da conjuntura e expressar o interesse público de longo prazo. Os estadistas revelam-se quando se encontram fora do poder e, para mudar o rumo das coisas, aceitam a solidão política momentânea. A carta de 7 de setembro é um gesto de estadista.
O grande segredo alckmista
Vinicius Torres Freire
14/09/2006
Um programa governo jamais é só aquele folheto em tecnocratês aguado que os candidatos costumam distribuir, embora folhetos melhores contenham algumas respostas às questões centrais da administração.
O programa real aparece quando o candidato nomeia claramente uns três líderes político-intelectuais de sua campanha, quando não desconversa sobre a meia dúzia de problemas de fato críticos e quando se percebe a conexão da candidatura com forças sociais. Collor teve programa. FHC também. Lula teve -era em parte mentira e teve de refazê-lo em meio ao caos de 2002, mas teve. Se "Geraldo" tem um programa, ele não ousa dizer seu nome.
Rumoreja que o nome do programa alckmista seja Yoshiaki Nakano, grande economista e administrador público. Mas, como nem "Geraldo" o nomeou, resta o choque de indigestão provocado pela gororoba do teatrinho eleitoral da TV e dos folheto alckmistas, ainda incompletos.
Jânio de Freitas
14/09/2006
Mas outro aspecto da freqüência de Palocci à casa revelada por Francenildo, à parte o aspecto das motivações pessoais, precisa dos esclarecimentos de um outro inquérito.
Em seu último ou penúltimo depoimento na Câmara, Rogério Buratti aproveitou um breve intervalo de diálogo, e nele encaixou esta frase: "O que interessa saber (ou "o importante é saber') para que eram as reuniões na casa". Foi desse mesmo jeito mais insinuado, voz baixa, que Buratti introduziu muitas indicações úteis aos questionadores. No caso, o teatrinho dos parlamentares logo se reanimou, e a frase de Buratti nada rendeu.
Nem por isso perdeu-se. E não só porque ficou gravada. Mas porque está viva como expectativa de esclarecimento com potencial equivalente, talvez, ao dos escândalos em que surgiu. Embora se limite a uma referência, no indiciamento de Palocci, o delegado Rodrigo Carneiro Gomes alerta o Ministério Público para indícios do crime de advocacia administrativa por Palocci. Práticas que costumam remeter a reuniões de negócios. E lembram Buratti.
Cavando uma trincheira
Demétrio Magnoli
14/09/2006
O horizonte de FHC não é outubro. São os próximos quatro anos.
Na hora da verdade, a oposição fracassou ao não dar nome às coisas. Sublimando o "crime de responsabilidade" de Lula, em parte para salvar Eduardo Azeredo, concedeu ao Planalto o passaporte para a difusão do discurso de que "todos os políticos são iguais". Essa flecha envenenada atravessou as instituições da República, que fenecem enquanto se agiganta o vulto do salvador da pátria.
Esse novo "partido de Lula", reverente aos interesses da alta finança, sustentado por políticas de clientela, composto por chefetes regionais e arrivistas, está sendo criado agora e só poderia nascer depois da morte do PT. No cenário dos sonhos do presidente-pai, que se vê ao espelho como a imagem da própria nação, o segundo mandato não será toldado por essa inconveniência da democracia que é a existência de oposição.
A marca que distingue o estadista do líder político comum não é uma propensão menor ao erro, mas a capacidade de elevar-se acima da conjuntura e expressar o interesse público de longo prazo. Os estadistas revelam-se quando se encontram fora do poder e, para mudar o rumo das coisas, aceitam a solidão política momentânea. A carta de 7 de setembro é um gesto de estadista.
O grande segredo alckmista
Vinicius Torres Freire
14/09/2006
Um programa governo jamais é só aquele folheto em tecnocratês aguado que os candidatos costumam distribuir, embora folhetos melhores contenham algumas respostas às questões centrais da administração.
O programa real aparece quando o candidato nomeia claramente uns três líderes político-intelectuais de sua campanha, quando não desconversa sobre a meia dúzia de problemas de fato críticos e quando se percebe a conexão da candidatura com forças sociais. Collor teve programa. FHC também. Lula teve -era em parte mentira e teve de refazê-lo em meio ao caos de 2002, mas teve. Se "Geraldo" tem um programa, ele não ousa dizer seu nome.
Rumoreja que o nome do programa alckmista seja Yoshiaki Nakano, grande economista e administrador público. Mas, como nem "Geraldo" o nomeou, resta o choque de indigestão provocado pela gororoba do teatrinho eleitoral da TV e dos folheto alckmistas, ainda incompletos.
13 setembro 2006
"Eu apóio Lula até porque não tenho alternativa, porque não gostaria de ver o PSDB voltar ao poder. Lula tem pelo menos uma tendência a querer atender, mais do que os tucanos, as demandas sociais, combater a desigualdade."
"É esse desejo do brasileiro de querer ser branco, de querer ser europeu ou norte-americano, e renegar os valores de sua própria formação cultural, que é tão rica. O fato de Lula ser um típico representante do povo brasileiro ofende a algumas elites aqui, nesses bairros de São Paulo [disse, segundo o jornal, indicando o bairro dos Jardins pela janela do hotel]"
Chico Buarque
13/09/2006
"É esse desejo do brasileiro de querer ser branco, de querer ser europeu ou norte-americano, e renegar os valores de sua própria formação cultural, que é tão rica. O fato de Lula ser um típico representante do povo brasileiro ofende a algumas elites aqui, nesses bairros de São Paulo [disse, segundo o jornal, indicando o bairro dos Jardins pela janela do hotel]"
Chico Buarque
13/09/2006
Radicalismo, por favor
Clóvis Rossi
13/09/2006
O artigo de Cardim de Carvalho chama a atenção por dois aspectos, pelo menos: primeiro, apresenta um gráfico da evolução da renda real per capita do brasileiro entre 1986 e 2005. É um eletrocardiograma plano, como se o coração econômico do Brasil mal batesse.
Vinte anos é tempo suficiente para que determinadas políticas tenham passado pelo teste definitivo, ideologias à parte: ou funcionam ou não funcionam.
No Brasil, o receituário hegemônico não funcionou, pelo menos do ponto de vista que mais interessa, o da renda da população.
Clóvis Rossi
13/09/2006
O artigo de Cardim de Carvalho chama a atenção por dois aspectos, pelo menos: primeiro, apresenta um gráfico da evolução da renda real per capita do brasileiro entre 1986 e 2005. É um eletrocardiograma plano, como se o coração econômico do Brasil mal batesse.
Vinte anos é tempo suficiente para que determinadas políticas tenham passado pelo teste definitivo, ideologias à parte: ou funcionam ou não funcionam.
No Brasil, o receituário hegemônico não funcionou, pelo menos do ponto de vista que mais interessa, o da renda da população.
12 setembro 2006
"Houve um tempo em que eu perdia as eleições porque o povo pobre não votava em mim,
e eu ficava com raiva."
"Qual é o orgulho que eu tenho? É que hoje vocês têm consciência
de que qualquer um de vocês está preparado para governar este país.
Cada um de vocês é uma célula do meu corpo,
cada um de vocês é uma gota do meu sangue.”
Lula
e eu ficava com raiva."
"Qual é o orgulho que eu tenho? É que hoje vocês têm consciência
de que qualquer um de vocês está preparado para governar este país.
Cada um de vocês é uma célula do meu corpo,
cada um de vocês é uma gota do meu sangue.”
Lula
12/09/2006
Uma guerra paulista
Luís Nassif
12/09/2006
De seu lado, Serra tem um amplo leque de aliados em todos os partidos que cultivou ao longo de sua vida política. É um grupo de amigos que vai de César Maia, governador do Rio a Jarbas Vasconcellos, de Pernambuco; do deputado verde Eduardo Jorge, em São Paulo, a Márcio Fortes, no Rio; de industriais paulistas a sindicalistas; de intelectuais a funcionários públicos.
Seu leque alianças é muito mais amplo do que FHC, sua trajetória de vida muito mais coerente, seu sentimento de lealdade muito mais concreto. Só que Serra não consegue se desvencilhar de FHC. A relação entre os dois amigos um dia ainda será tema de alguma tese sobre confronto de personalidades na vida pública.
Eleito presidente, FHC tratou de manter o amigo perto o suficiente para que não explicitasse as críticas contra sua política econômica; longe o suficiente para que não participasse do processo de decisão. Agora, garante a Serra espaço em alguns setores que o viam com desconfiança. Mas a que preço? O de levar a desconfiança em setores que sempre admiraram sua coerência?
Enquanto não conseguir se libertar do fernandismo e passar a assumir o serrismo, Serra não conseguirá acompanhar os passos rápidos de Aécio, que está crescendo em cima de duas bandeiras objetivas: gestão e pacificação.
Luís Nassif
12/09/2006
De seu lado, Serra tem um amplo leque de aliados em todos os partidos que cultivou ao longo de sua vida política. É um grupo de amigos que vai de César Maia, governador do Rio a Jarbas Vasconcellos, de Pernambuco; do deputado verde Eduardo Jorge, em São Paulo, a Márcio Fortes, no Rio; de industriais paulistas a sindicalistas; de intelectuais a funcionários públicos.
Seu leque alianças é muito mais amplo do que FHC, sua trajetória de vida muito mais coerente, seu sentimento de lealdade muito mais concreto. Só que Serra não consegue se desvencilhar de FHC. A relação entre os dois amigos um dia ainda será tema de alguma tese sobre confronto de personalidades na vida pública.
Eleito presidente, FHC tratou de manter o amigo perto o suficiente para que não explicitasse as críticas contra sua política econômica; longe o suficiente para que não participasse do processo de decisão. Agora, garante a Serra espaço em alguns setores que o viam com desconfiança. Mas a que preço? O de levar a desconfiança em setores que sempre admiraram sua coerência?
Enquanto não conseguir se libertar do fernandismo e passar a assumir o serrismo, Serra não conseguirá acompanhar os passos rápidos de Aécio, que está crescendo em cima de duas bandeiras objetivas: gestão e pacificação.
11 setembro 2006
"A carta é muito feliz quando fala da segurança pública de São Paulo, mas acho que carta é uma coisa que já não se usa atualmente no país. As missivas foram antes da internet. Mas se tem gente que gosta...”
"As pessoas na minha idade, na idade dele ainda escrevem cartas. Quando eu deixar o governo, escrevo uma carta também, já que sou velho".
Cláudio Lembo
11/09/2006
Aos amigos, todos os favores da lei
Waldemar Rossi
11/09/2006
O povo esteve feliz quando elegeu Lula presidente, afinal, era a esperança de que mudanças aconteceriam e que nova prática política seria aplicada. A decepção é generalizada. Porém, como o desconhecimento objetivo das questões políticas é também generalizado, parte significativa desse mesmo povo ainda acredita nele e muito provavelmente o reelegerá para um novo governo de quatro anos. Assim como aconteceu com FHC. Com o tucano, os outros quatro anos só vieram confirmar que sua eleição foi uma fraude política. Por tudo que Lula tem feito, dito e repetido, creio que sua eventual reeleição somente virá confirmar a regra nessa “democracia burguesa”: um verdadeiro estelionato eleitoral, em que se pode repetir o conceito e a prática expressos por um notável do tempo da ditadura militar: “Aos nossos amigos, todos os favores da lei; aos nossos inimigos, todos os rigores da lei”.
Lula e Bush
Luiz Carlos Bresser-Pereira
11/09/2006
O PSDB tem quadros competentes, mas está confuso diante do fracasso da modernidade com a qual se identificou, e à qual faltavam as idéias de nação e de retomada do desenvolvimento. Ainda há tempo, porém, para que suas lideranças e o candidato proponham uma alternativa real aos brasileiros. Não basta que rejeitem a corrupção e o populismo econômico do atual governo, precisam rejeitar toda a sua submissão à ortodoxia convencional, precisam mostrar aos eleitores a necessidade urgente de reorganizar a nação e de definir uma estratégia nacional de desenvolvimento.
Dessa forma talvez ainda seja possível evitar no Brasil o que ocorreu nos EUA. Lá, a falta de capacidade de apresentar uma verdadeira alternativa de governo custou ao Partido Democrata e ao povo americano mais quatro anos de Bush, aqui poderá indicar mais quatro anos de Lula.
Waldemar Rossi
11/09/2006
O povo esteve feliz quando elegeu Lula presidente, afinal, era a esperança de que mudanças aconteceriam e que nova prática política seria aplicada. A decepção é generalizada. Porém, como o desconhecimento objetivo das questões políticas é também generalizado, parte significativa desse mesmo povo ainda acredita nele e muito provavelmente o reelegerá para um novo governo de quatro anos. Assim como aconteceu com FHC. Com o tucano, os outros quatro anos só vieram confirmar que sua eleição foi uma fraude política. Por tudo que Lula tem feito, dito e repetido, creio que sua eventual reeleição somente virá confirmar a regra nessa “democracia burguesa”: um verdadeiro estelionato eleitoral, em que se pode repetir o conceito e a prática expressos por um notável do tempo da ditadura militar: “Aos nossos amigos, todos os favores da lei; aos nossos inimigos, todos os rigores da lei”.
Lula e Bush
Luiz Carlos Bresser-Pereira
11/09/2006
O PSDB tem quadros competentes, mas está confuso diante do fracasso da modernidade com a qual se identificou, e à qual faltavam as idéias de nação e de retomada do desenvolvimento. Ainda há tempo, porém, para que suas lideranças e o candidato proponham uma alternativa real aos brasileiros. Não basta que rejeitem a corrupção e o populismo econômico do atual governo, precisam rejeitar toda a sua submissão à ortodoxia convencional, precisam mostrar aos eleitores a necessidade urgente de reorganizar a nação e de definir uma estratégia nacional de desenvolvimento.
Dessa forma talvez ainda seja possível evitar no Brasil o que ocorreu nos EUA. Lá, a falta de capacidade de apresentar uma verdadeira alternativa de governo custou ao Partido Democrata e ao povo americano mais quatro anos de Bush, aqui poderá indicar mais quatro anos de Lula.
10 setembro 2006
Os objetos
Clóvis Rossi
10/09/2006
Em 1989, logo após ser derrotado por Fernando Collor de Mello, Luiz Inácio Lula da Silva desabafou entre amigos: "Êta povinho b...".
Agora, prestes a conseguir sua segunda vitória consecutiva em pleitos presidenciais, Luiz Inácio Lula da Silva alça o "povinho", antes "b...", à condição de santo e sábio.
O problema não é o tal de povo ser santo, sábio ou "b...". O problema é ser eternamente objeto, e não agente de sua própria história. O problema é ser pobre demais, desarticulado e desorganizado demais, a ponto de precisar, eternamente, de alguém que se faça de "pai" dele, de campeão dos desvalidos, que, não obstante, continuam desvalidos depois que o "pai" deixa de fingir que é pai, vai para o ostracismo ou morre.
O Brasil só será um país mais ou menos decente na hora em que o tal de povo puder falar por sua própria voz, em vez de depender de intérpretes que ora o santificam, ora o desprezam, na dependência de suas fortunas eleitorais.
Clóvis Rossi
10/09/2006
Em 1989, logo após ser derrotado por Fernando Collor de Mello, Luiz Inácio Lula da Silva desabafou entre amigos: "Êta povinho b...".
Agora, prestes a conseguir sua segunda vitória consecutiva em pleitos presidenciais, Luiz Inácio Lula da Silva alça o "povinho", antes "b...", à condição de santo e sábio.
O problema não é o tal de povo ser santo, sábio ou "b...". O problema é ser eternamente objeto, e não agente de sua própria história. O problema é ser pobre demais, desarticulado e desorganizado demais, a ponto de precisar, eternamente, de alguém que se faça de "pai" dele, de campeão dos desvalidos, que, não obstante, continuam desvalidos depois que o "pai" deixa de fingir que é pai, vai para o ostracismo ou morre.
O Brasil só será um país mais ou menos decente na hora em que o tal de povo puder falar por sua própria voz, em vez de depender de intérpretes que ora o santificam, ora o desprezam, na dependência de suas fortunas eleitorais.
- “O PT, ao fazer mea-culpa, está mostrando que o meu governo [1987-91] foi íntegro, sério. O PT, no passado, foi muito crítico e mordaz. Agora faz mea-culpa. Aprendeu com o Lula, que tem sido competente ao criticar o PT do passado. O PT que avançou foi o da linha moderada. Não pode ter um partido que de um lado levou cacetada com mensalão, com roubo, com corrupção e um partido honesto. Há o PT honesto e o PT corrupto. “
Newton Cardoso (PMDB)
candidato ao Senado por Minas com apoio do PT
10/09/2006
A pedra de Alckmin não fez onda, afundou
Elio Gaspari
10/09/2006
Noutra construção, a opinião pública move-se como a água de um lago plácido onde se joga uma pedra, propagando as visões do centro para a periferia. O único efeito físico produzido pela pedra de Alckmin no lago de Pindorama foi o afogamento da miragem do candidato. Para o bem de todos, as ondas que vieram do centro, saíram da periferia também. As águas do lago são revoltas.
Nosso rei
Lula e sua comitiva cultivam uma estranha relação com o IBGE. Festejam os bons números e, diante dos maus, duvidam da metodologia do instituto. Foi assim com a pesquisa da obesidade, com o PIB e com o último índice do desemprego.
O IBGE deveria imprimir uns santinhos com o retrato do rei Faiçal, da Arábia Saudita (1903-1975), para distribuição em Brasília. Em 1969 o grande monarca patrocinou o primeiro censo demográfico de seu deserto. Quando vieram os números, achou pouco e mandou dobrá-los. Assim, a Arábia Saudita ficou com oito milhões de habitantes.
Elio Gaspari
10/09/2006
Noutra construção, a opinião pública move-se como a água de um lago plácido onde se joga uma pedra, propagando as visões do centro para a periferia. O único efeito físico produzido pela pedra de Alckmin no lago de Pindorama foi o afogamento da miragem do candidato. Para o bem de todos, as ondas que vieram do centro, saíram da periferia também. As águas do lago são revoltas.
Nosso rei
Lula e sua comitiva cultivam uma estranha relação com o IBGE. Festejam os bons números e, diante dos maus, duvidam da metodologia do instituto. Foi assim com a pesquisa da obesidade, com o PIB e com o último índice do desemprego.
O IBGE deveria imprimir uns santinhos com o retrato do rei Faiçal, da Arábia Saudita (1903-1975), para distribuição em Brasília. Em 1969 o grande monarca patrocinou o primeiro censo demográfico de seu deserto. Quando vieram os números, achou pouco e mandou dobrá-los. Assim, a Arábia Saudita ficou com oito milhões de habitantes.
09 setembro 2006
- “O Lula usurpou a Bolsa-Escola, usurpou a política econômica do Fernando Henrique e usurpou a ética do [Fernando] Collor [de Mello]. Aliás, talvez por isso mesmo, o Collor vai votar no Lula.”
Cristovam Buarque
candidato do PDT à Presidência da República
09/09/2006
Carta aberta a Fernando Henrique
Roberto Jefferson
09/09/2006
Mas não foi só você que se omitiu, Fernando Henrique. Lula também. E se Lula se omitiu diante dos erros dos ministros dele, o PSDB se omitiu frente aos erros do Presidente da República. Mais: da mesma forma que livraram Lula e Eduardo Azeredo, calaram-se frente aos fundos de pensão, pois ambos os manipularam.
Na época, em conversa com o presidente do PFL, Jorge Bonhausen, em sua casa, ele me confidenciou que não iriam tirar Lula da Presidência porque o vice-presidente, José Alencar, um capitão de indústria, de viés nacionalista, assumiria o comando e baixaria os juros, tornando-se imbatível na eleição. Disse-me Bornhausen: "Essa é a mesma posição de FHC".
Motivos para indignação e tomada de posição não faltaram à oposição. Ministros e homens de confiança do Presidente da República caíam como frutas maduras, pressionados pela força da verdade - nua e crua. Quem não se lembra do publicitário Duda Mendonça declarando à CPI que recebera dinheiro de caixa dois no exterior como pagamento pelas campanhas do PT? Deputados petistas choravam em plenário como coro de carpideiras, dando a senha para o grave momento que o Brasil vivia.
Enquanto isso, o mercado ia muito bem, obrigado. Nada o abalava. Se a economia está bem, está tudo numa boa. Na época, pontificava, todo garboso, o queridinho da mídia, o ex-ministro Antônio Palocci, maestro e arranjador da política monetária mais restritiva e extorsiva dos últimos tempos. E tome tucano a elogiar a administração do então todo-poderoso fraudador de senhas bancárias... Agora, os tucanos querem reclamar de quê?
Para complicar, com o discurso presidencial de que todo mundo é igual, pois faz caixa dois, todos foram para a vala comum. Agora é tarde.
Quando fui cassado, uma deputada amiga me confidenciou o que ouvira do tucano Alberto Goldman (SP): "Vamos cassar o Roberto Jefferson e o Zé Dirceu. O primeiro não pode escapar; caso contrário, vai ser um nome muito forte à Presidência...".
O Brasil ainda se ressente de uma terceira via, de um candidato fora do eixo tucano-petista que concorra com estrutura, ou seja, que seja viável eleitoralmente. E com uma nova proposta, que nos permita ver além do que nos reserva a elite financeira.
Já falam no nome de Aécio Neves, em 2010, mas não para concorrer pelo PSDB - seria pelo PMDB, pelas mãos (de quem?) de Lula.
Em que pese o atraso, devemos todos concordar que Fernando Henrique disse o que precisava ser dito. Tem razão ele, há que se espernear; caso contrário, o PSDB pode acabar no colo do PMDB. Pior, sob as bênçãos de Lula.
O novo modelo
Luis Nassif
09/09/2006
A discussão econômica continua presa a dois paradigmas superados: o modelo desenvolvimentista que se esgotou nos anos 80; e o chamado modelo neoliberal, de políticas públicas passivas, que se iniciou em 1994.
Já existe massa crítica de diagnósticos para que se dê um salto nessa dicotomia. Conto com a contribuição de vocês para sugerir temas ou interpretações.
Indústria nacional
Desenvolvimentismo: Protecionismo
Neoliberalismo: Abertura e apreciação cambial
Novo Modelo: Criação de um ambiente competitivo, com câmbio favorável.
Estado Nacional
Desenvolvimentismo: Estatização ampla
Neoliberalismo: Estado mínimo
Novo Modelo: Estado Gerencial
Responsabilidade Fiscal
Desenvolvimentismo: Sem regras
Neoliberalismo: Metas quantitativas de déficit
Novo Modelo: Acompanhamento qualitativo das despesas
Políticas Sociais
Desenvolvimentismo: Paternalistas
Neoliberalismo: Impessoais, mas sem escala
Novo Modelo: Com escala e com indicadores
Capital externo
Desenvolvimentismo: Restrições
Neoliberalismo: Abertura incondicional
Novo Modelo: Ênfase no capital produtivo e na transferência de tecnologia.
Roberto Jefferson
09/09/2006
Mas não foi só você que se omitiu, Fernando Henrique. Lula também. E se Lula se omitiu diante dos erros dos ministros dele, o PSDB se omitiu frente aos erros do Presidente da República. Mais: da mesma forma que livraram Lula e Eduardo Azeredo, calaram-se frente aos fundos de pensão, pois ambos os manipularam.
Na época, em conversa com o presidente do PFL, Jorge Bonhausen, em sua casa, ele me confidenciou que não iriam tirar Lula da Presidência porque o vice-presidente, José Alencar, um capitão de indústria, de viés nacionalista, assumiria o comando e baixaria os juros, tornando-se imbatível na eleição. Disse-me Bornhausen: "Essa é a mesma posição de FHC".
Motivos para indignação e tomada de posição não faltaram à oposição. Ministros e homens de confiança do Presidente da República caíam como frutas maduras, pressionados pela força da verdade - nua e crua. Quem não se lembra do publicitário Duda Mendonça declarando à CPI que recebera dinheiro de caixa dois no exterior como pagamento pelas campanhas do PT? Deputados petistas choravam em plenário como coro de carpideiras, dando a senha para o grave momento que o Brasil vivia.
Enquanto isso, o mercado ia muito bem, obrigado. Nada o abalava. Se a economia está bem, está tudo numa boa. Na época, pontificava, todo garboso, o queridinho da mídia, o ex-ministro Antônio Palocci, maestro e arranjador da política monetária mais restritiva e extorsiva dos últimos tempos. E tome tucano a elogiar a administração do então todo-poderoso fraudador de senhas bancárias... Agora, os tucanos querem reclamar de quê?
Para complicar, com o discurso presidencial de que todo mundo é igual, pois faz caixa dois, todos foram para a vala comum. Agora é tarde.
Quando fui cassado, uma deputada amiga me confidenciou o que ouvira do tucano Alberto Goldman (SP): "Vamos cassar o Roberto Jefferson e o Zé Dirceu. O primeiro não pode escapar; caso contrário, vai ser um nome muito forte à Presidência...".
O Brasil ainda se ressente de uma terceira via, de um candidato fora do eixo tucano-petista que concorra com estrutura, ou seja, que seja viável eleitoralmente. E com uma nova proposta, que nos permita ver além do que nos reserva a elite financeira.
Já falam no nome de Aécio Neves, em 2010, mas não para concorrer pelo PSDB - seria pelo PMDB, pelas mãos (de quem?) de Lula.
Em que pese o atraso, devemos todos concordar que Fernando Henrique disse o que precisava ser dito. Tem razão ele, há que se espernear; caso contrário, o PSDB pode acabar no colo do PMDB. Pior, sob as bênçãos de Lula.
O novo modelo
Luis Nassif
09/09/2006
A discussão econômica continua presa a dois paradigmas superados: o modelo desenvolvimentista que se esgotou nos anos 80; e o chamado modelo neoliberal, de políticas públicas passivas, que se iniciou em 1994.
Já existe massa crítica de diagnósticos para que se dê um salto nessa dicotomia. Conto com a contribuição de vocês para sugerir temas ou interpretações.
Indústria nacional
Desenvolvimentismo: Protecionismo
Neoliberalismo: Abertura e apreciação cambial
Novo Modelo: Criação de um ambiente competitivo, com câmbio favorável.
Estado Nacional
Desenvolvimentismo: Estatização ampla
Neoliberalismo: Estado mínimo
Novo Modelo: Estado Gerencial
Responsabilidade Fiscal
Desenvolvimentismo: Sem regras
Neoliberalismo: Metas quantitativas de déficit
Novo Modelo: Acompanhamento qualitativo das despesas
Políticas Sociais
Desenvolvimentismo: Paternalistas
Neoliberalismo: Impessoais, mas sem escala
Novo Modelo: Com escala e com indicadores
Capital externo
Desenvolvimentismo: Restrições
Neoliberalismo: Abertura incondicional
Novo Modelo: Ênfase no capital produtivo e na transferência de tecnologia.
“Fizemos reuniões de intelectuais com o Paulo Vanuchi, fizemos uma primeira reunião lá no Banco do Brasil, com o Lula, Palocci, todos. E houve uma longuíssima arenga do Palocci, do Zé Dirceu etc., explicando porque seria daquele jeito. Um grupo, do qual faziam parte o Chico de Oliveira e o Fabio Konder Comparato, disse então “tchau e bênção”. Outro grupo se mortificou, comeu as unhas e foi para casa. E alguns, como eu, ficaram lá para ser saco de pancadas do país. Para poder justificar ao país o injustificável, viramos saco de pancadas. Mas à época, pensava o seguinte: é por um desejo infantilmente esquerdista que não quero que seja assim. Preciso ser racional, realista, e entender os limites que a realidade impõe ao nosso desejo...”
“Sim, era uma coisinha depois da outra. Tudo o que eles explicavam tinha uma certa lógica, um caminho. Houve momentos em que havia até cronograma. Coisas como, no mês tal será assim, no outro assado e nós ficamos completamente convencidos de que o cronograma tinha sentido (risos). “
Marilena Chauí
09/09/2006
“Sim, era uma coisinha depois da outra. Tudo o que eles explicavam tinha uma certa lógica, um caminho. Houve momentos em que havia até cronograma. Coisas como, no mês tal será assim, no outro assado e nós ficamos completamente convencidos de que o cronograma tinha sentido (risos). “
Marilena Chauí
09/09/2006
07 setembro 2006
- “[meus adversários] estão tão nervosos que chegam até a babar de raiva".
Lula
07/09/2006
50 perguntas para Lula
Folha de São Paulo
07/09/2006
A Folha relaciona abaixo perguntas dirigidas ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. São questões que eventualmente poderiam ser respondidas pelo candidato à reeleição na sabatina promovida pelo jornal que estava marcada para a tarde de ontem. Convidado há mais de dois meses, o presidente se recusou a participar do ciclo de sabatinas com os principais candidatos à Presidência, decisão que foi comunicada oficialmente ao jornal apenas no início da noite de anteontem. As razões da ausência não foram esclarecidas.
1. Por que o sr. se recusou a comparecer a esta sabatina? E por que, desde que assumiu a Presidência, se recusa a a conceder uma entrevista para a Folha?
2. Como o sr. justifica o fato de ter adotado uma política econômica mais conservadora que a de seu antecessor?
7. Por que o espetáculo do crescimento prometido pelo sr. não aconteceu?
9. O sr. promoverá mudanças na equipe econômica, especialmente no Banco Central?
13. O sr. defende a adoção de nova idade mínima para aposentadoria?
14. O sr. planeja algum tipo de mudança na legislação trabalhista durante seu segundo mandato? Quais mudanças, por exemplo?
16. O sr. não vê constrangimento no fato de um de seus filhos, sócio da Gamecorp, ter se associado à Telemar, empresa de grande porte que depende de decisões do governo?
23. O sr. continua acreditando que existem 300 picaretas no Congresso, como disse certa vez?
26. Como o sr. analisa o apoio que recebe agora do ex-presidente Collor, candidato ao Senado por Alagoas?
34. Quais ministros o sr. destacaria pelo bom desempenho durante seu mandato?
36. Qual o último livro que o sr. leu? Poderia comentá-lo?
39. O sr. acredita que as pessoas acreditem que o sr. não sabia do mensalão?
40. Ex-dirigentes petistas já confidenciaram, na intimidade, que se sentiram abandonados, inclusive pelo sr. Depois da crise, o sr. prestou algum tipo de solidariedade a Delúbio Soares, Sílvio Pereira e José Genoíno? Eles são seus amigos? O sr. os perdoou pelos erros cometidos? Eles erraram?
41. O sr. se preocupou em saber a origem do dinheiro que seu amigo e presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, diz ter usado para pagamento de suposto empréstimo do PT ao sr.?
44. O sr. recebeu alguma ligação de José Dirceu no dia 18 de junho de 2002 para vir a Brasília e resolver a aliança com o PL? O sr. confirma ter feito o comentário "está liqüidado o assunto" após o encontro reservado entre Dirceu, Delúbio e Valdemar Costa Neto? O sr. sabia que o PT iria pagar R$ 10 milhões para selar a aliança com o PL?
-- Em entrevista à revista "Época", no ano passado, o então presidente do PL, ex-deputado federal Valdemar Costa Neto (SP), narrou um encontro ocorrido na campanha de 2002 no apartamento do deputado Paulo Rocha (PT-PA), em Brasília, no dia 19 de junho, durante o qual o PT decidiu pagar cerca de R$ 10 milhões para o PL para gastos na campanha eleitoral daquele ano. Esses recursos selaram a aliança entre o PT e o PL na disputa pela Presidência. Segundo o deputado Valdemar Costa Neto, nos dias que antecederam essa reunião, houve vários encontros entre ele e José Dirceu. Mas o acordo demorava a sair. Então no dia 18 de junho de 2002, segundo Costa Neto, Dirceu telefonou para o sr. para ajudá-lo a chegar a um consenso. Dirceu teria dito "que o Lula viria no dia seguinte a Brasília resolver o assunto". Nesse encontro do dia 19 na casa de Paulo Rocha, segundo o deputado, estavam reunidos o sr., então candidato à Presidência, seu candidato a vice, José Alencar, o futuro ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o tesoureiro da sua campanha, Delúbio Soares. A negociação sobre números teria ocorrido numa sala ao lado de onde estava o sr. Disse Costa Neto: "O Lula estava na sala ao lado. Ele sabia que estávamos negociando números".O acordo foi fechado. Quando indagado pela revista sobre a reação de Lula, o deputado contou: "Quando saí, ele [Lula] me falou: "Então está liqüidado o assunto". O Lula foi lá para autorizar a operação. E não vejo nada demais. O que ninguém esperava é que desse essa lambança".
45. O sr. teve conhecimento das negociações entre Duda Mendonça e o PT para que o acerto dos serviços prestados na campanha de 2002 fosse feito por meio de depósitos ilegais em uma empresa offshore das Bahamas? Duda Mendonça, com quem o sr. teve muito contato antes e depois das eleições, nunca tocou no assunto?
-- De acordo o marqueteiro Duda Mendonça, o PT ficou lhe devendo cerca de R$ 15 milhões por serviços prestados nas campanhas eleitorais de 2002 e por serviços prestados ao partido em 2003 (ele chamou de "pacote" que envolveria cinco campanhas). Segundo o depoimento de Duda à CPI, houve uma longa negociação com o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para receber os valores. O PT protelava o pagamento. Até que se definiu pelos depósitos ilegais, por meio de caixa dois, na empresa offshore das Bahamas.
46. O sr. declarou, ao "Jornal Nacional", que chegou a debater com seu amigo e presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, a necessidade ou não de pagar uma dívida de R$ 29 mil cobrada pelo PT por gastos que foram contabilizados como "empréstimos" no balanço petista. Não foi o que disse Okamotto à CPI - segundo ele, o assunto jamais foi discutido com o sr. A que o sr. atribui essa versão apresentada por Okamotto?
47. O sr. confirma ter conversado sobre a existência de um esquema de cooptação de parlamentares o então governador Marconi Perillo no dia 5 de maio de 2004? Em caso positivo, o que o sr. disse a respeito? O sr. tomou alguma providência a respeito do assunto, tal qual disse que iria fazer, conforme narrado por Perillo?
-- O ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) declarou por escrito à Câmara e, depois, em depoimento à Polícia Federal, que no dia 5 de maio de 2004 alertou-o sobre a existência de um esquema de cooptação de parlamentares por ofertas de dinheiro. Disse o governador: "Relatei ao senhor presidente da República que ouvira rumores sobre a existência de mesada a parlamentares em conversas informais em Brasília, porém sem provas concretas. Repeti o inteiro teor das informações que havia recebido. O senhor presidente da República disse que não tinha conhecimento e que ia tomar as providências que o assunto requeria. Não sei quais foram as providências tomadas". Recentemente, Perillo foi além e disse que o sr. teria dito: "Tome conta de seus deputados, que eu tomo dos meus".
48. O sr. em algum momento da crise se sentiu deprimido? Teve vontade de largar tudo?
49. O sr. acha que é possível fazer política no Brasil sem sujar as mãos?
50. Como o sr. define ética? E corrupção?
Folha de São Paulo
07/09/2006
A Folha relaciona abaixo perguntas dirigidas ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. São questões que eventualmente poderiam ser respondidas pelo candidato à reeleição na sabatina promovida pelo jornal que estava marcada para a tarde de ontem. Convidado há mais de dois meses, o presidente se recusou a participar do ciclo de sabatinas com os principais candidatos à Presidência, decisão que foi comunicada oficialmente ao jornal apenas no início da noite de anteontem. As razões da ausência não foram esclarecidas.
1. Por que o sr. se recusou a comparecer a esta sabatina? E por que, desde que assumiu a Presidência, se recusa a a conceder uma entrevista para a Folha?
2. Como o sr. justifica o fato de ter adotado uma política econômica mais conservadora que a de seu antecessor?
7. Por que o espetáculo do crescimento prometido pelo sr. não aconteceu?
9. O sr. promoverá mudanças na equipe econômica, especialmente no Banco Central?
13. O sr. defende a adoção de nova idade mínima para aposentadoria?
14. O sr. planeja algum tipo de mudança na legislação trabalhista durante seu segundo mandato? Quais mudanças, por exemplo?
16. O sr. não vê constrangimento no fato de um de seus filhos, sócio da Gamecorp, ter se associado à Telemar, empresa de grande porte que depende de decisões do governo?
23. O sr. continua acreditando que existem 300 picaretas no Congresso, como disse certa vez?
26. Como o sr. analisa o apoio que recebe agora do ex-presidente Collor, candidato ao Senado por Alagoas?
34. Quais ministros o sr. destacaria pelo bom desempenho durante seu mandato?
36. Qual o último livro que o sr. leu? Poderia comentá-lo?
39. O sr. acredita que as pessoas acreditem que o sr. não sabia do mensalão?
40. Ex-dirigentes petistas já confidenciaram, na intimidade, que se sentiram abandonados, inclusive pelo sr. Depois da crise, o sr. prestou algum tipo de solidariedade a Delúbio Soares, Sílvio Pereira e José Genoíno? Eles são seus amigos? O sr. os perdoou pelos erros cometidos? Eles erraram?
41. O sr. se preocupou em saber a origem do dinheiro que seu amigo e presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, diz ter usado para pagamento de suposto empréstimo do PT ao sr.?
44. O sr. recebeu alguma ligação de José Dirceu no dia 18 de junho de 2002 para vir a Brasília e resolver a aliança com o PL? O sr. confirma ter feito o comentário "está liqüidado o assunto" após o encontro reservado entre Dirceu, Delúbio e Valdemar Costa Neto? O sr. sabia que o PT iria pagar R$ 10 milhões para selar a aliança com o PL?
-- Em entrevista à revista "Época", no ano passado, o então presidente do PL, ex-deputado federal Valdemar Costa Neto (SP), narrou um encontro ocorrido na campanha de 2002 no apartamento do deputado Paulo Rocha (PT-PA), em Brasília, no dia 19 de junho, durante o qual o PT decidiu pagar cerca de R$ 10 milhões para o PL para gastos na campanha eleitoral daquele ano. Esses recursos selaram a aliança entre o PT e o PL na disputa pela Presidência. Segundo o deputado Valdemar Costa Neto, nos dias que antecederam essa reunião, houve vários encontros entre ele e José Dirceu. Mas o acordo demorava a sair. Então no dia 18 de junho de 2002, segundo Costa Neto, Dirceu telefonou para o sr. para ajudá-lo a chegar a um consenso. Dirceu teria dito "que o Lula viria no dia seguinte a Brasília resolver o assunto". Nesse encontro do dia 19 na casa de Paulo Rocha, segundo o deputado, estavam reunidos o sr., então candidato à Presidência, seu candidato a vice, José Alencar, o futuro ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o tesoureiro da sua campanha, Delúbio Soares. A negociação sobre números teria ocorrido numa sala ao lado de onde estava o sr. Disse Costa Neto: "O Lula estava na sala ao lado. Ele sabia que estávamos negociando números".O acordo foi fechado. Quando indagado pela revista sobre a reação de Lula, o deputado contou: "Quando saí, ele [Lula] me falou: "Então está liqüidado o assunto". O Lula foi lá para autorizar a operação. E não vejo nada demais. O que ninguém esperava é que desse essa lambança".
45. O sr. teve conhecimento das negociações entre Duda Mendonça e o PT para que o acerto dos serviços prestados na campanha de 2002 fosse feito por meio de depósitos ilegais em uma empresa offshore das Bahamas? Duda Mendonça, com quem o sr. teve muito contato antes e depois das eleições, nunca tocou no assunto?
-- De acordo o marqueteiro Duda Mendonça, o PT ficou lhe devendo cerca de R$ 15 milhões por serviços prestados nas campanhas eleitorais de 2002 e por serviços prestados ao partido em 2003 (ele chamou de "pacote" que envolveria cinco campanhas). Segundo o depoimento de Duda à CPI, houve uma longa negociação com o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para receber os valores. O PT protelava o pagamento. Até que se definiu pelos depósitos ilegais, por meio de caixa dois, na empresa offshore das Bahamas.
46. O sr. declarou, ao "Jornal Nacional", que chegou a debater com seu amigo e presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, a necessidade ou não de pagar uma dívida de R$ 29 mil cobrada pelo PT por gastos que foram contabilizados como "empréstimos" no balanço petista. Não foi o que disse Okamotto à CPI - segundo ele, o assunto jamais foi discutido com o sr. A que o sr. atribui essa versão apresentada por Okamotto?
47. O sr. confirma ter conversado sobre a existência de um esquema de cooptação de parlamentares o então governador Marconi Perillo no dia 5 de maio de 2004? Em caso positivo, o que o sr. disse a respeito? O sr. tomou alguma providência a respeito do assunto, tal qual disse que iria fazer, conforme narrado por Perillo?
-- O ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) declarou por escrito à Câmara e, depois, em depoimento à Polícia Federal, que no dia 5 de maio de 2004 alertou-o sobre a existência de um esquema de cooptação de parlamentares por ofertas de dinheiro. Disse o governador: "Relatei ao senhor presidente da República que ouvira rumores sobre a existência de mesada a parlamentares em conversas informais em Brasília, porém sem provas concretas. Repeti o inteiro teor das informações que havia recebido. O senhor presidente da República disse que não tinha conhecimento e que ia tomar as providências que o assunto requeria. Não sei quais foram as providências tomadas". Recentemente, Perillo foi além e disse que o sr. teria dito: "Tome conta de seus deputados, que eu tomo dos meus".
48. O sr. em algum momento da crise se sentiu deprimido? Teve vontade de largar tudo?
49. O sr. acha que é possível fazer política no Brasil sem sujar as mãos?
50. Como o sr. define ética? E corrupção?
05 setembro 2006
- "Eu não durmo com homem rico e ordinário.
Vomito em cima."
Heloísa Helena
05/09/2006
(ao negar ter tido um relacionamento
com o ex-senador Luiz Estevão)
04 setembro 2006
- “Portanto, não é o fim da política que estamos presenciando, mas o seu recomeço.”
Tarso Genro
04/09/2006
Lulinha, paz e armar
Jânio de Freitas
03/09/2006
Mas o crescimento no frágil primeiro semestre foi de 1,3%, quase três vezes os 0,5% do segundo.Esse não-crescimento equivale, sim, à continuidade do crime que a política econômica vem há mais de dez anos cometendo contra o presente e contra as gerações futuras.
Mas as gerações sucessivas que chegam à idade do trabalho, e portanto dependem do crescimento econômico, não inspiram preocupação. Basta dizer, a respeito, que a culpa é da Copa do Mundo. E silenciar que o "crescimento" do Brasil é o pior dentre todos os países emergentes. E o que ostenta os juros mais antieconômicos e anti-sociais do mundo, com seus 9,4% já descontada a inflação, tão perto do dobro do segundo colocado, a Turquia dos 5,1%.
Se eleito, Lula deveria erguer um monumento de gratidão a seu principal adversário, outro à oposição e um terceiro aos meios de comunicação, por deixá-lo em tamanha paz.
Jânio de Freitas
03/09/2006
Mas o crescimento no frágil primeiro semestre foi de 1,3%, quase três vezes os 0,5% do segundo.Esse não-crescimento equivale, sim, à continuidade do crime que a política econômica vem há mais de dez anos cometendo contra o presente e contra as gerações futuras.
Mas as gerações sucessivas que chegam à idade do trabalho, e portanto dependem do crescimento econômico, não inspiram preocupação. Basta dizer, a respeito, que a culpa é da Copa do Mundo. E silenciar que o "crescimento" do Brasil é o pior dentre todos os países emergentes. E o que ostenta os juros mais antieconômicos e anti-sociais do mundo, com seus 9,4% já descontada a inflação, tão perto do dobro do segundo colocado, a Turquia dos 5,1%.
Se eleito, Lula deveria erguer um monumento de gratidão a seu principal adversário, outro à oposição e um terceiro aos meios de comunicação, por deixá-lo em tamanha paz.
Lulinha, paz e armar
Jânio de Freitas
04/09/2006
Mas o crescimento no frágil primeiro semestre foi de 1,3%, quase três vezes os 0,5% do segundo.Esse não-crescimento equivale, sim, à continuidade do crime que a política econômica vem há mais de dez anos cometendo contra o presente e contra as gerações futuras.
Mas as gerações sucessivas que chegam à idade do trabalho, e portanto dependem do crescimento econômico, não inspiram preocupação. Basta dizer, a respeito, que a culpa é da Copa do Mundo. E silenciar que o "crescimento" do Brasil é o pior dentre todos os países emergentes. E o que ostenta os juros mais antieconômicos e anti-sociais do mundo, com seus 9,4% já descontada a inflação, tão perto do dobro do segundo colocado, a Turquia dos 5,1%.
Se eleito, Lula deveria erguer um monumento de gratidão a seu principal adversário, outro à oposição e um terceiro aos meios de comunicação, por deixá-lo em tamanha paz.
Jânio de Freitas
04/09/2006
Mas o crescimento no frágil primeiro semestre foi de 1,3%, quase três vezes os 0,5% do segundo.Esse não-crescimento equivale, sim, à continuidade do crime que a política econômica vem há mais de dez anos cometendo contra o presente e contra as gerações futuras.
Mas as gerações sucessivas que chegam à idade do trabalho, e portanto dependem do crescimento econômico, não inspiram preocupação. Basta dizer, a respeito, que a culpa é da Copa do Mundo. E silenciar que o "crescimento" do Brasil é o pior dentre todos os países emergentes. E o que ostenta os juros mais antieconômicos e anti-sociais do mundo, com seus 9,4% já descontada a inflação, tão perto do dobro do segundo colocado, a Turquia dos 5,1%.
Se eleito, Lula deveria erguer um monumento de gratidão a seu principal adversário, outro à oposição e um terceiro aos meios de comunicação, por deixá-lo em tamanha paz.
“O FMI não pressiona países que não precisam de empréstimos do Fundo. Eles não nos incomodam, nem incomodam a China. Eles dizem - déficit público de 8% é muito alto. Nós dizemos, sim, nós sabemos, gostaríamos de reduzir. E é isso. Se nós tivéssemos que recorrer a empréstimos do FMI, seria diferente - aí, sim, eles seriam durões.”
“As agências nos classificavam como investimento de risco (abaixo do grau de investimento). Agora estamos no primeiro nível de classificação que é grau de investimento. E isso veio com o crescimento e o aumento dos investimentos. As agências demoraram a nos dar upgrade porque se focam muito em déficit fiscal, em vez de analisar o cenário completo.”
Montek Singh Ahluwalia
Ministro do Planejamento da Índia
04/09/2006
“As agências nos classificavam como investimento de risco (abaixo do grau de investimento). Agora estamos no primeiro nível de classificação que é grau de investimento. E isso veio com o crescimento e o aumento dos investimentos. As agências demoraram a nos dar upgrade porque se focam muito em déficit fiscal, em vez de analisar o cenário completo.”
Montek Singh Ahluwalia
Ministro do Planejamento da Índia
04/09/2006
Lula quer ‘tolerância zero’ com ataques tucanos
Josias de Souza
03/09/2006
Em público, ele é o ‘Lulinha paz e amor’. Em privado, é um candidato cada vez mais pintado para a guerra. “Não podemos assistir calados a esse festival de besteiras que estão dizendo sobre nós”, afirmou Lula a um auxiliar. Mostra-se especialmente irritado com o antecessor Fernando Henrique Cardoso. Quer que seus aliados, em especial o PT, adotem o que chama de tática da “tolerância zero” com os ataques.
Entre quatro paredes, Lula refere-se a FHC de maneira pouquíssimo lisonjeira. Diz que o tucano não está “batendo bem”. Exagera: “Deveria ser internado”. Acha que o “problema” de FHC é “a inveja”. Não suportaria o fato de ter sido “superado” no governo por um “operário”. Em “todos os quesitos”.
O GRANDE PADRINHO!
Cesar Maia
04/09/2006
Em artigo magistral, no Estado de SP de domingo, FHC disseca a natureza do governo Lula. O título do artigo -República da Malandragem- já antecipa a lógica da argumentação de FHC. A parte mais forte do artigo, é a última frase onde FHC chama Lula de mafioso ou Grande Padrinho, responsabilizando-o portanto, por toda a máquina de corrupção montada especialmente nos anos de 2003 e 2004. Nada tão oportuno!
Mas lembro-me que a meados de 2005, com todos os documentos e provas na mão, se discutia a responsabilização do presidente, de Lula. Um dirigente do PFL trouxe de SP, uma linha de atuação que teria sido proposta, em reunião, por FHC para aquela conjuntura. FHC teria dito que uma ação contundente da oposição em direção ao impedimento de Lula, naquele momento, seria repetir o erro do PT quanto a Collor, radicalizando pela sua cassação, e por isso pagou o preço, em 1990 (eleição parlamentar) e 1994 (presidencial e parlamentar), num abraço de afogado. E que a tática correta seria ir retirando ar, e apertando o cerco, de forma a se chegar no final do governo em 2006, com Lula em farrapos, mas como presidente.
Bem, hoje... melhor assim, pois através de sua maior liderança, expressa aquilo que o PFL sempre disse a partir dos fatos.
Josias de Souza
03/09/2006
Em público, ele é o ‘Lulinha paz e amor’. Em privado, é um candidato cada vez mais pintado para a guerra. “Não podemos assistir calados a esse festival de besteiras que estão dizendo sobre nós”, afirmou Lula a um auxiliar. Mostra-se especialmente irritado com o antecessor Fernando Henrique Cardoso. Quer que seus aliados, em especial o PT, adotem o que chama de tática da “tolerância zero” com os ataques.
Entre quatro paredes, Lula refere-se a FHC de maneira pouquíssimo lisonjeira. Diz que o tucano não está “batendo bem”. Exagera: “Deveria ser internado”. Acha que o “problema” de FHC é “a inveja”. Não suportaria o fato de ter sido “superado” no governo por um “operário”. Em “todos os quesitos”.
O GRANDE PADRINHO!
Cesar Maia
04/09/2006
Em artigo magistral, no Estado de SP de domingo, FHC disseca a natureza do governo Lula. O título do artigo -República da Malandragem- já antecipa a lógica da argumentação de FHC. A parte mais forte do artigo, é a última frase onde FHC chama Lula de mafioso ou Grande Padrinho, responsabilizando-o portanto, por toda a máquina de corrupção montada especialmente nos anos de 2003 e 2004. Nada tão oportuno!
Mas lembro-me que a meados de 2005, com todos os documentos e provas na mão, se discutia a responsabilização do presidente, de Lula. Um dirigente do PFL trouxe de SP, uma linha de atuação que teria sido proposta, em reunião, por FHC para aquela conjuntura. FHC teria dito que uma ação contundente da oposição em direção ao impedimento de Lula, naquele momento, seria repetir o erro do PT quanto a Collor, radicalizando pela sua cassação, e por isso pagou o preço, em 1990 (eleição parlamentar) e 1994 (presidencial e parlamentar), num abraço de afogado. E que a tática correta seria ir retirando ar, e apertando o cerco, de forma a se chegar no final do governo em 2006, com Lula em farrapos, mas como presidente.
Bem, hoje... melhor assim, pois através de sua maior liderança, expressa aquilo que o PFL sempre disse a partir dos fatos.
03 setembro 2006
Primos entre si
Sergio Costa
03/09/2006
Mesmo depois de anos no ringue, FHC e Lula parecem nutrir algum tipo de inveja um do outro. Deve haver explicação para esse jogo de atração e rejeição cíclico e mútuo. Não foi à toa que os dois ficaram meio enrolados na passagem da faixa presidencial em 2003. Um desajeito só.
Por 12 anos, a dupla ditou as regras e o ritmo das coisas por aqui. Afinal, se o país está como está, são eles os maiores responsáveis. Mas por uma estranha compulsão preferiram, de alguma forma, sair no tapa outra vez. Os tucanos ressuscitam fantasmas recentes para assombrar os petistas -Delúbio, Silvinho Land Rover, Dirceu, Valério, dólares na cueca, o mensalão. Do lado de Lula, espana-se a poeira de esqueletos da era FHC, marcada por privatizações chamadas de privatarias. Mais do que seus PIBs, vão comparar os estragos.
Um vai tentar mostrar que o outro vendeu o país barato, quase de graça, entregando anéis e dedos. O outro, que os amigos do um assaltaram a máquina do Estado, lambuzando-se no poder como novos-ricos. Lembram dois primos de um antigo programa humorístico do rádio e da TV. Só que ninguém ri.
O candidato Geraldo Lott Gomes Távora
Elio Gaspari
03/06/2006
O que falta ao doutor Geraldo Alckmin em sua campanha não é estratégia de marquetagem, mas idéias de candidato. Quem conseguir enumerar três idéias do tucano capazes de justificar o voto na sua ilustre pessoa ganha um pretinho da Daslu. Para quem não consegue lembrar nada, uma boa cola: "Vou trabalhar para acabar com o vestibular". Não vale dizer que votar nele é votar contra Lula, pois esse pode ser um ótimo motivo, mas não forma uma idéia.
Sua plataforma é um bandejão de platitudes. Coisas assim: "Eu vou aprofundar a inserção internacional do Brasil. E fazer uma defesa intransigente do mercado brasileiro". Ou ainda: "Tem de avançar, não pode ir para trás".
O tucanato suicidou-se em junho de 2005
É hipócrita e arrogante a pretensão da cúpula tucana de se apresentar ao eleitorado como guardiã da moralidade. Os tucanos danaram-se na primeira metade de junho do ano passado, quando fizeram sua opção preferencial pela hipocrisia elitista. Diante da notícia de que em 1998 a campanha de seu presidente, o senador Eduardo Azeredo, fizera com o publicitário Marcos Valério o mesmo tipo de arranjo que ele viria a fazer em 2002 com o PT, o tucanato decidiu impor sua ética à choldra. Durante quatro meses, mantiveram Azeredo na presidência do partido. Fritaram-no quando viram o tamanho da besteira cometida, mas era tarde.
O PSDB não é uma tribo de larápios. Apenas decidiu não se tornar um partido que combate os malfeitores. Assim como os petistas fazem circular a lorota segundo a qual suas bandalheiras destinam-se a ajudar os pobres, os tucanos querem fazer crer que as deles, por velhas, fazem parte do patrimônio histórico nacional.
O programa econômico de Alckmin
Luís Nassif
03/09/2006
Nos próximos dias serão anunciados os princípios gerais do programa econômico de Geraldo Alckmin. O cerne do programa , sai da cabeça do economista Yoshiaki Nakano. Um esboço foi antecipado na coluna de Nakano, na semana passada no jornal “O Valor”.
A partir daí, as idéias se desdobram em cinco propostas:
1) redução do tamanho relativo do governo, para abrir espaço para o setor privado poder crescer de acordo com seu potencial;
2) nova estratégia de integração à economia global, priorizando a ampliação dos fluxos de comércio, colocando em ação novas políticas cambial, comercial e de negociações mais ativa;
3) programa do governo de investimentos públicos em infra-estrutura;
4) reforma da gestão pública para melhorar a qualidade dos serviços públicos, particularmente educação, saúde e segurança, e reduzir os custos burocráticos que pesam sobre o setor privado;
5) flexibilização da legislação trabalhista.
Sergio Costa
03/09/2006
Mesmo depois de anos no ringue, FHC e Lula parecem nutrir algum tipo de inveja um do outro. Deve haver explicação para esse jogo de atração e rejeição cíclico e mútuo. Não foi à toa que os dois ficaram meio enrolados na passagem da faixa presidencial em 2003. Um desajeito só.
Por 12 anos, a dupla ditou as regras e o ritmo das coisas por aqui. Afinal, se o país está como está, são eles os maiores responsáveis. Mas por uma estranha compulsão preferiram, de alguma forma, sair no tapa outra vez. Os tucanos ressuscitam fantasmas recentes para assombrar os petistas -Delúbio, Silvinho Land Rover, Dirceu, Valério, dólares na cueca, o mensalão. Do lado de Lula, espana-se a poeira de esqueletos da era FHC, marcada por privatizações chamadas de privatarias. Mais do que seus PIBs, vão comparar os estragos.
Um vai tentar mostrar que o outro vendeu o país barato, quase de graça, entregando anéis e dedos. O outro, que os amigos do um assaltaram a máquina do Estado, lambuzando-se no poder como novos-ricos. Lembram dois primos de um antigo programa humorístico do rádio e da TV. Só que ninguém ri.
O candidato Geraldo Lott Gomes Távora
Elio Gaspari
03/06/2006
O que falta ao doutor Geraldo Alckmin em sua campanha não é estratégia de marquetagem, mas idéias de candidato. Quem conseguir enumerar três idéias do tucano capazes de justificar o voto na sua ilustre pessoa ganha um pretinho da Daslu. Para quem não consegue lembrar nada, uma boa cola: "Vou trabalhar para acabar com o vestibular". Não vale dizer que votar nele é votar contra Lula, pois esse pode ser um ótimo motivo, mas não forma uma idéia.
Sua plataforma é um bandejão de platitudes. Coisas assim: "Eu vou aprofundar a inserção internacional do Brasil. E fazer uma defesa intransigente do mercado brasileiro". Ou ainda: "Tem de avançar, não pode ir para trás".
O tucanato suicidou-se em junho de 2005
É hipócrita e arrogante a pretensão da cúpula tucana de se apresentar ao eleitorado como guardiã da moralidade. Os tucanos danaram-se na primeira metade de junho do ano passado, quando fizeram sua opção preferencial pela hipocrisia elitista. Diante da notícia de que em 1998 a campanha de seu presidente, o senador Eduardo Azeredo, fizera com o publicitário Marcos Valério o mesmo tipo de arranjo que ele viria a fazer em 2002 com o PT, o tucanato decidiu impor sua ética à choldra. Durante quatro meses, mantiveram Azeredo na presidência do partido. Fritaram-no quando viram o tamanho da besteira cometida, mas era tarde.
O PSDB não é uma tribo de larápios. Apenas decidiu não se tornar um partido que combate os malfeitores. Assim como os petistas fazem circular a lorota segundo a qual suas bandalheiras destinam-se a ajudar os pobres, os tucanos querem fazer crer que as deles, por velhas, fazem parte do patrimônio histórico nacional.
O programa econômico de Alckmin
Luís Nassif
03/09/2006
Nos próximos dias serão anunciados os princípios gerais do programa econômico de Geraldo Alckmin. O cerne do programa , sai da cabeça do economista Yoshiaki Nakano. Um esboço foi antecipado na coluna de Nakano, na semana passada no jornal “O Valor”.
A partir daí, as idéias se desdobram em cinco propostas:
1) redução do tamanho relativo do governo, para abrir espaço para o setor privado poder crescer de acordo com seu potencial;
2) nova estratégia de integração à economia global, priorizando a ampliação dos fluxos de comércio, colocando em ação novas políticas cambial, comercial e de negociações mais ativa;
3) programa do governo de investimentos públicos em infra-estrutura;
4) reforma da gestão pública para melhorar a qualidade dos serviços públicos, particularmente educação, saúde e segurança, e reduzir os custos burocráticos que pesam sobre o setor privado;
5) flexibilização da legislação trabalhista.
02 setembro 2006
- "Porque eu vejo o noticiário, lamento profundamente que uma empresa como a Volkswagen esteja dispensando trabalhadores, e ela está dispensando porque teve um projeto que não deu certo. Em compensação, a Fiat vem aqui e, além de anunciar dois carros que ela está estudando profundamente -um que vai entrar no mercado e outro que está em pesquisa-, me dá a alegria de dizer que está contratando funcionários, numa demonstração de que o problema não é do setor automobilístico, é da Volkswagen."
Lula
02/09/2006
Segundo Turno
Roberto Jefferson
02/09/2006
Os institutos de pesquisa começam a acertar os números reais da preferência de Lula e Alckmin junto ao eleitorado brasileiro.
Pego uma aposta: nos próximos 15 dias Geraldo vai a 32 - 35% e Lula cai para 40%, proporcionando assim o segundo turno com os votos de Heloísa Helena. Aposto que os institutos vão fugir de uma nova desmoralização, como quando sustentaram, em equívoco semelhante, que venceria o desarmamento no plebiscito.
Vai dar segundo turno. Acompanhem e confiram.
Roberto Jefferson
02/09/2006
Os institutos de pesquisa começam a acertar os números reais da preferência de Lula e Alckmin junto ao eleitorado brasileiro.
Pego uma aposta: nos próximos 15 dias Geraldo vai a 32 - 35% e Lula cai para 40%, proporcionando assim o segundo turno com os votos de Heloísa Helena. Aposto que os institutos vão fugir de uma nova desmoralização, como quando sustentaram, em equívoco semelhante, que venceria o desarmamento no plebiscito.
Vai dar segundo turno. Acompanhem e confiram.
01 setembro 2006
- "O Lula é nordestino, conhece nossas raízes e nossas carências e tem agido rápido no atendimento aos pleitos do Nordeste. O outro candidato, eu falo do [Geraldo] Alckmin, o que posso dizer é que está muito distante mesmo da região. Está na elite, se colocar o Alckmin solto por aí no Nordeste você vai pensar que é um ET".
Collor
31/08/2006