12 setembro 2006

 

Uma guerra paulista
Luís Nassif
12/09/2006

De seu lado, Serra tem um amplo leque de aliados em todos os partidos que cultivou ao longo de sua vida política. É um grupo de amigos que vai de César Maia, governador do Rio a Jarbas Vasconcellos, de Pernambuco; do deputado verde Eduardo Jorge, em São Paulo, a Márcio Fortes, no Rio; de industriais paulistas a sindicalistas; de intelectuais a funcionários públicos.

Seu leque alianças é muito mais amplo do que FHC, sua trajetória de vida muito mais coerente, seu sentimento de lealdade muito mais concreto. Só que Serra não consegue se desvencilhar de FHC. A relação entre os dois amigos um dia ainda será tema de alguma tese sobre confronto de personalidades na vida pública.

Eleito presidente, FHC tratou de manter o amigo perto o suficiente para que não explicitasse as críticas contra sua política econômica; longe o suficiente para que não participasse do processo de decisão. Agora, garante a Serra espaço em alguns setores que o viam com desconfiança. Mas a que preço? O de levar a desconfiança em setores que sempre admiraram sua coerência?

Enquanto não conseguir se libertar do fernandismo e passar a assumir o serrismo, Serra não conseguirá acompanhar os passos rápidos de Aécio, que está crescendo em cima de duas bandeiras objetivas: gestão e pacificação.

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