19 dezembro 2005
Empréstimo para dar segurança à especulação
J. Carlos de Assis
17/12/2005
E se em lugar de antecipar o pagamento de 15 bilhões de dólares ao FMI o Governo brasileiro resolvesse usar este dinheiro para pagar parte da dívida interna? A coisa funcionaria mais ou menos do seguinte modo: os dólares seriam vendidos no mercado livre, e os reais obtidos, um pouco mais de R$ 33 bilhões, seriam destinados a abater parte da dívida pública interna. Para o Governo, seria excelente negócio, pois usaria dinheiro barato para pagar uma dívida a um custo de cerca de seis vezes mais. Quando o débito externo vencesse, inverteria a operação, comprando os dólares para remetê-los ao FMI.
Haveria, sim, certa complicação cambial. Na hora de vender os dólares, a cotação no mercado livre tenderia a desabar. Na hora de comprar, a tendência seria de alta. Isso, contudo, poderia ser resolvido no mercado de derivativos, ou simplesmente operando com títulos cambiais no sentido de estabilizar as cotações: quando vendesse os dólares, o Banco Central compraria títulos cambiais de igual valor, irrigando o mercado monetário interno; quando comprasse dólares, faria a operação inversa, enxugando o mercado. Com essa engenharia financeira, seria possível economizar algo como uns R$ 5 bilhões no ano!
J. Carlos de Assis
17/12/2005
E se em lugar de antecipar o pagamento de 15 bilhões de dólares ao FMI o Governo brasileiro resolvesse usar este dinheiro para pagar parte da dívida interna? A coisa funcionaria mais ou menos do seguinte modo: os dólares seriam vendidos no mercado livre, e os reais obtidos, um pouco mais de R$ 33 bilhões, seriam destinados a abater parte da dívida pública interna. Para o Governo, seria excelente negócio, pois usaria dinheiro barato para pagar uma dívida a um custo de cerca de seis vezes mais. Quando o débito externo vencesse, inverteria a operação, comprando os dólares para remetê-los ao FMI.
Haveria, sim, certa complicação cambial. Na hora de vender os dólares, a cotação no mercado livre tenderia a desabar. Na hora de comprar, a tendência seria de alta. Isso, contudo, poderia ser resolvido no mercado de derivativos, ou simplesmente operando com títulos cambiais no sentido de estabilizar as cotações: quando vendesse os dólares, o Banco Central compraria títulos cambiais de igual valor, irrigando o mercado monetário interno; quando comprasse dólares, faria a operação inversa, enxugando o mercado. Com essa engenharia financeira, seria possível economizar algo como uns R$ 5 bilhões no ano!