16 dezembro 2005
Rasgando dinheiro
Luiz Carlos Mendonça de Barros
16/12/2005
O Banco Central esta rasgando dinheiro com sua política de juros altos e intervenção no mercado de câmbio. Alguns chamam a isso de "enxugar gelo". Estão errados, pois, se assim fosse, o único custo seria um aumento na conta do tintureiro de nossa autoridade monetária. O que esta acontecendo é mais grave, pois o custo dessa política será pago via conta de juros mais salgada nos próximos meses.
Como temos um sistema de juros controlados, quando o Banco Central compra dólares -e emite reais-, é obrigado a colocar títulos do governo no mercado. Com isso, ele cria um ativo em dólares, que lhe rende hoje cerca de 4,5% ao ano, e um passivo em reais, que custa algo como 16,5% ao ano. Para avaliar o custo efetivo dessa operação, é preciso ter uma idéia da taxa de câmbio no futuro. O próprio mercado nos responde a essa questão na medida em que as previsões mostram um quadro de estabilidade para dezembro do próximo ano.
Agora estamos vivendo um momento em que a economia cresce pouco -algo como 2,3% ao ano- e o saldo comercial volta a crescer em razão de importações menores. Momento claro para uma redução mais agressiva dos juros.
Mas não é isso o que está acontecendo. O tal conservadorismo obtuso do BC, assustado com o mito de que no Brasil juros baixos levam à volta da inflação, está agravando os problemas causados pelo excedente de dólares. E não será a intervenção maciça que vai resolver isso.
Luiz Carlos Mendonça de Barros
16/12/2005
O Banco Central esta rasgando dinheiro com sua política de juros altos e intervenção no mercado de câmbio. Alguns chamam a isso de "enxugar gelo". Estão errados, pois, se assim fosse, o único custo seria um aumento na conta do tintureiro de nossa autoridade monetária. O que esta acontecendo é mais grave, pois o custo dessa política será pago via conta de juros mais salgada nos próximos meses.
Como temos um sistema de juros controlados, quando o Banco Central compra dólares -e emite reais-, é obrigado a colocar títulos do governo no mercado. Com isso, ele cria um ativo em dólares, que lhe rende hoje cerca de 4,5% ao ano, e um passivo em reais, que custa algo como 16,5% ao ano. Para avaliar o custo efetivo dessa operação, é preciso ter uma idéia da taxa de câmbio no futuro. O próprio mercado nos responde a essa questão na medida em que as previsões mostram um quadro de estabilidade para dezembro do próximo ano.
Agora estamos vivendo um momento em que a economia cresce pouco -algo como 2,3% ao ano- e o saldo comercial volta a crescer em razão de importações menores. Momento claro para uma redução mais agressiva dos juros.
Mas não é isso o que está acontecendo. O tal conservadorismo obtuso do BC, assustado com o mito de que no Brasil juros baixos levam à volta da inflação, está agravando os problemas causados pelo excedente de dólares. E não será a intervenção maciça que vai resolver isso.