22 dezembro 2005
Sinais da América Latina
Luís Nassif
22/12/2005
A Venezuela deu o primeiro sinal. A Argentina seguiu atrás. Agora, a Bolívia, e, em breve, o Chile. Todos os sinais são de esgotamento do chamado modelo neoliberal, de redução total da regulação e minimização do papel do Estado.
Assim, a política neoliberal -para quem gosta de rótulos- se manifestou especificamente em uma política cambial de livre fluxo de capitais, remunerados por taxas altíssimas de juros e fora do alcance da Receita Federal por meio dessa imensa rede de fundos "offshore" pela qual caminha o capital brasileiro dolarizado.
Há um razoável nível de consenso sobre a importância do investimento produtivo externo e sobre o papel das filiais das multinacionais como agentes do interesse brasileiro com suas matrizes. Há noção clara de que a dívida pública precisa ser mais bem equacionada, não por meio de medidas agressivas mas de um manejo mais competente da política monetária, do uso racional de modernas ferramentas financeiras que permitam reduzir o peso do serviço da dívida e liberar recursos para o setor privado.
No entanto persiste esse vezo de parte influente da elite do receio do presidente forte. O perfil do futuro presidente terá de ser o de alguém com o destemor de Collor, a capacidade política de FHC, o senso de brasilidade de Itamar, a determinação de JK, a sensibilidade social de Lula, conhecimento técnico e equipe.
Luís Nassif
22/12/2005
A Venezuela deu o primeiro sinal. A Argentina seguiu atrás. Agora, a Bolívia, e, em breve, o Chile. Todos os sinais são de esgotamento do chamado modelo neoliberal, de redução total da regulação e minimização do papel do Estado.
Assim, a política neoliberal -para quem gosta de rótulos- se manifestou especificamente em uma política cambial de livre fluxo de capitais, remunerados por taxas altíssimas de juros e fora do alcance da Receita Federal por meio dessa imensa rede de fundos "offshore" pela qual caminha o capital brasileiro dolarizado.
Há um razoável nível de consenso sobre a importância do investimento produtivo externo e sobre o papel das filiais das multinacionais como agentes do interesse brasileiro com suas matrizes. Há noção clara de que a dívida pública precisa ser mais bem equacionada, não por meio de medidas agressivas mas de um manejo mais competente da política monetária, do uso racional de modernas ferramentas financeiras que permitam reduzir o peso do serviço da dívida e liberar recursos para o setor privado.
No entanto persiste esse vezo de parte influente da elite do receio do presidente forte. O perfil do futuro presidente terá de ser o de alguém com o destemor de Collor, a capacidade política de FHC, o senso de brasilidade de Itamar, a determinação de JK, a sensibilidade social de Lula, conhecimento técnico e equipe.