03 janeiro 2006

 

Dois votos de Ano Novo
Mangabeira Unger
03/01/2006

"Que, dentro de uma de nossas selvas, onde a imagem da grandeza se contrapõe a nossa mesquinharia, mão invisível e irresistível desfira, de um arco feito de nossas falhas evidentes e de nossas aspirações secretas, uma flecha; que ela voe silenciosa na noite de nossa desesperança, carregada pelos ventos do amor e da imaginação; que, no meio da escuridão, ela se parta em 180 milhões de flechas e que todas caiam no país, ferindo, ao caírem, um dos olhos de cada brasileiro; que a ferida, em vez de cegar, desvende, fazendo-nos não apenas ver o Brasil que há mas também vislumbrar o Brasil que pode haver; que essa visão inesperada e perturbadora acenda em cada de um nós ardor sem fim e que desse ardor nasça para o povo brasileiro, no Ano Novo, nova vida."

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