13 janeiro 2006

 

Memórias de uma era de saque
Lauro Veiga Filho
Brasil de Fato - 13/1/2006

Você, contribuinte e consumidor, acreditava mesmo que a privatização de empresas estatais traria todas as vantagens alardeadas pelos governantes de plantão? Realizadas “no limite da ilegalidade”, como chegou a definir um ex-ministro tucano, novamente escolhido como principal conselheiro econômico de um dos pré-candidatos do PSDB à Presidência da República nas eleições deste ano, as vendas das empresas antes controladas pelos governos federal e estaduais deveriam “revolucionar” a economia, trazendo maior “eficiência” e “competitividade”. Já os consumidores e usuários seriam favorecidos consumidores e usuários pela melhora dos serviços públicos em geral.

A “eficiência”, no caso, deveria ter sido assegurada pela cobrança de tarifas e de preços(*) relativamente mais baixos. Conversa fiada, como volta a demonstrar mais um estudo, desta vez realizado pela insuspeita equipe de economistas do ministro da Fazenda, Antônio Palocci.


Concretamente, entre maio de 1995 e novembro de 2005, tomando como base o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que afere o custo de vida para famílias com renda de até 40 salários mínimos, os chamados preços administrados subiram nada menos do que 339%. Ou seja, ficaram, na média, mais de quatro vezes mais caros. No mesmo período, o IPCA, refletindo a inflação oficial, sofreu variação de 126%. Os preços ditos “livres”, já que não dependem da autorização de governos ou órgãos reguladores, subiram bem menos, algo em torno de 93%.

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