14 fevereiro 2006
A obra do próximo presidente
Roberto Mangabeira Unger
14/02/2006
Esses meses aparentemente frustrantes e perdidos revelaram duas verdades preciosas. A primeira verdade é que já há base para amplo consenso em torno da obra que o futuro presidente precisa executar. Dele se exige que lidere mudança de rumo, de conteúdo definido, que nos resgate de uma mediocridade duradoura, ruinosa e desnecessária. A segunda verdade é que o descompasso entre partidos políticos e compromissos programáticos chegou a tal ponto que se tornou impossível distinguir quem possa ou deva ser o agente da mudança indispensável. Pode ser qualquer um, ou ninguém, qualquer partido ou nenhum, independentemente dos rótulos que hoje ostentam.
Quem pode torná-lo realidade? Qualquer um, desde que tenha suficientes clareza e coragem. Maioria esmagadora de brasileiros o apoiaria. Dizer, porém, que pode ser qualquer um é a mesma coisa que dizer que nenhum dos visíveis é hoje o agente natural e inconteste dessa reorientação do caminho brasileiro. Precisamos de partido, sim. Dentro da anarquia programática e partidária a que chegamos, contudo, os instrumentos partidários dessa obra terão de ser a conseqüência, não a condição, da luta pela mudança de rumo. É um convite à mais absoluta falta de preconceito e à mais inquebrantável determinação.
Roberto Mangabeira Unger
14/02/2006
Esses meses aparentemente frustrantes e perdidos revelaram duas verdades preciosas. A primeira verdade é que já há base para amplo consenso em torno da obra que o futuro presidente precisa executar. Dele se exige que lidere mudança de rumo, de conteúdo definido, que nos resgate de uma mediocridade duradoura, ruinosa e desnecessária. A segunda verdade é que o descompasso entre partidos políticos e compromissos programáticos chegou a tal ponto que se tornou impossível distinguir quem possa ou deva ser o agente da mudança indispensável. Pode ser qualquer um, ou ninguém, qualquer partido ou nenhum, independentemente dos rótulos que hoje ostentam.
Quem pode torná-lo realidade? Qualquer um, desde que tenha suficientes clareza e coragem. Maioria esmagadora de brasileiros o apoiaria. Dizer, porém, que pode ser qualquer um é a mesma coisa que dizer que nenhum dos visíveis é hoje o agente natural e inconteste dessa reorientação do caminho brasileiro. Precisamos de partido, sim. Dentro da anarquia programática e partidária a que chegamos, contudo, os instrumentos partidários dessa obra terão de ser a conseqüência, não a condição, da luta pela mudança de rumo. É um convite à mais absoluta falta de preconceito e à mais inquebrantável determinação.