22 fevereiro 2006
Um confronto entre a Índia e o Brasil
J. Carlos de Assis
22/02/2006
O economista André Nassif, do BNDES, apresentou nesta quarta-feira, durante um seminário realizado pela Associação de Funcionários do banco (Afbndes), o estudo talvez mais abrangente e criterioso já escrito em português sobre o desempenho nas três últimas décadas da economia da Índia, comparando-o com a performance econômica brasileira. É de envergonhar. Partindo de bases econômicas muito menos promissoras, a Índia conseguiu manter desde os anos 80 um ritmo de crescimento vigoroso, nos deixando longe para trás.
Pelo que se deduz do criterioso texto de Nassif, quatro fatores principais explicam a melhor performance econômica indiana em relação ao Brasil. Primeiro, os indianos mantiveram, ao contrário de nós, uma prática sistemática de planejamento e de coordenação central de políticas públicas, tendo em vista o objetivo explícito de assegurar o crescimento e o emprego. Segundo, mantiveram uma política fiscal ativa, com déficits recorrentes, ao lado de uma política monetária de juros baixos, estimulantes da atividade produtiva. Finalmente, evitaram a farra internacional da circulação livre de capitais, enquanto nós embarcamos nela.
J. Carlos de Assis
22/02/2006
O economista André Nassif, do BNDES, apresentou nesta quarta-feira, durante um seminário realizado pela Associação de Funcionários do banco (Afbndes), o estudo talvez mais abrangente e criterioso já escrito em português sobre o desempenho nas três últimas décadas da economia da Índia, comparando-o com a performance econômica brasileira. É de envergonhar. Partindo de bases econômicas muito menos promissoras, a Índia conseguiu manter desde os anos 80 um ritmo de crescimento vigoroso, nos deixando longe para trás.
Pelo que se deduz do criterioso texto de Nassif, quatro fatores principais explicam a melhor performance econômica indiana em relação ao Brasil. Primeiro, os indianos mantiveram, ao contrário de nós, uma prática sistemática de planejamento e de coordenação central de políticas públicas, tendo em vista o objetivo explícito de assegurar o crescimento e o emprego. Segundo, mantiveram uma política fiscal ativa, com déficits recorrentes, ao lado de uma política monetária de juros baixos, estimulantes da atividade produtiva. Finalmente, evitaram a farra internacional da circulação livre de capitais, enquanto nós embarcamos nela.