12 março 2006
Os paradoxos da globalização
Mauro Santayana
11/03/2006
A globalização da economia, inventada, como disse Galbraith, para servir à hegemonia americana, fundamentou-se no mercado e desprezou os sentimentos nacionais dos povos a ela submetidos. E, do ponto de vista puramente econômico, rompeu regras antigas e aceitas nas relações internacionais. O que pretendiam que servisse a apenas um centro imperial, passou a estimular o aparecimento de novos rivais. Como o dinheiro (da mesma forma que os peixes) procura sempre o lugar mais confortável e seguro para reproduzir-se, a China se ergueu para lhe oferecer lugar seguro e promissor, mediante o sistema de parceria entre o capitalismo de Estado, majoritário, e os investidores estrangeiros. Se a globalização se mantiver, no mesmo ritmo e normas, dentro de poucos anos os Estados Unidos terão o seu poder econômico (e, com ele, o militar) reduzidos de forma dramática.
É a velha dialética, reabilitada pela História, que não acabou, porque está sempre recomeçando. Mas, enquanto puder, nenhum império sucumbirá sem reagir com toda a violência a fim de preservar o poder. Para eles, todos os meios são válidos, na conquista ou manutenção do domínio sobre outros povos e os seus bens naturais. Uns reclamam o espaço vital, outros, a energia vital.
Podemos ver, em Guantánamo, as sombras de Auschwitz.
Mauro Santayana
11/03/2006
A globalização da economia, inventada, como disse Galbraith, para servir à hegemonia americana, fundamentou-se no mercado e desprezou os sentimentos nacionais dos povos a ela submetidos. E, do ponto de vista puramente econômico, rompeu regras antigas e aceitas nas relações internacionais. O que pretendiam que servisse a apenas um centro imperial, passou a estimular o aparecimento de novos rivais. Como o dinheiro (da mesma forma que os peixes) procura sempre o lugar mais confortável e seguro para reproduzir-se, a China se ergueu para lhe oferecer lugar seguro e promissor, mediante o sistema de parceria entre o capitalismo de Estado, majoritário, e os investidores estrangeiros. Se a globalização se mantiver, no mesmo ritmo e normas, dentro de poucos anos os Estados Unidos terão o seu poder econômico (e, com ele, o militar) reduzidos de forma dramática.
É a velha dialética, reabilitada pela História, que não acabou, porque está sempre recomeçando. Mas, enquanto puder, nenhum império sucumbirá sem reagir com toda a violência a fim de preservar o poder. Para eles, todos os meios são válidos, na conquista ou manutenção do domínio sobre outros povos e os seus bens naturais. Uns reclamam o espaço vital, outros, a energia vital.
Podemos ver, em Guantánamo, as sombras de Auschwitz.