06 abril 2006

 

O Brasil pode crescer mais?
Paulo Nogueira Batista jr.
06/04/2006

O período Malan-Palocci foi um fracasso em termos de crescimento. Entre 1996 e 2005, o nosso PIB per capita aumentou em média apenas 0,7% ao ano, uma das menores taxas de crescimento do mundo, segundo levantamento recente da CNI.

No subperíodo Palocci, o que conteve o crescimento foi fundamentalmente a adoção de políticas macroeconômicas exageradamente restritivas. Prevaleceu uma mentalidade hipercautelosa, que dava prioridade quase absoluta ao combate à inflação e procurava bajular permanentemente os mercados financeiros.

A economia possui grande capacidade ociosa. A indústria brasileira opera atualmente com cerca de 80% da capacidade instalada, segundo a CNI. E esses dados tendem a subestimar a efetiva capacidade de produção da indústria.

O desemprego da força de trabalho também é alto, apesar da diminuição recente. As taxas de desemprego total (que incluem desemprego aberto, desemprego por trabalho precário e desemprego por desalento) são muito elevadas. Na Região Metropolitana de São Paulo, o desemprego total alcança 16%. No Distrito Federal, 19%. Em Porto Alegre, 13%. Em Recife, 21%. Em Salvador, 24%.

Há muito tempo que não se vê uma configuração macroeconômica tão favorável ao crescimento vigoroso dos níveis de atividade e de emprego.

Faltou, até agora, governo para aproveitá-la.

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