07 maio 2006

 

A EBX é coisa nossa
Luís Nassif
07/05/2006

Bom, agora Eike atravessou a fronteira. Sua EBX está em Corumbá pleiteando uma licença ambiental para se instalar no lado brasileiro. Ou seja, virou uma questão interna do Brasil.

Assim como na Bolívia, a empresa pretende utilizar carvão vegetal, madeira. O Estudo de Impacto Ambiental - Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) fala em consumo de 225 mil toneladas/ano de carvão vegetal. Mas nem sequer menciona a origem do carvão, se de florestas trabalhadas, se de madeira nativa.

A Promotoria Pública Estadual convocou especialistas da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e da Embrapa Pantanal para opinar sobre o EIA-Rima da EBX. Na quinta-feira passada, deveria ocorrer uma audiência pública em Corumbá. O que se viu foi um amplo processo de intimidação dos pesquisadores, uma arruaça insuflada por políticos locais, semelhante à que ocorreu em Puerto Quijarro. Carros de som passaram a percorrer a cidade com slogans ameaçadores, desde "fora ambientalistas!" até um "vamos expulsá-los à bala!". E tinham o logotipo da prefeitura.


Em seu parecer, a professora Sonia Hess havia chamado a atenção das autoridades ambientais: "Se não houver exigências por parte dos órgãos ambientais, para que os empreendedores documentem claramente quais os fornecedores que serão contratados para o fornecimento do carvão vegetal e de onde os mesmos obterão a madeira necessária, a implantação dos empreendimentos siderúrgicos previstos deverá colocar em risco os remanescentes de vegetação nativa de MS, que, literalmente, vão virar carvão e cinzas".

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