03 maio 2006

Clóvis Rossi
03/05/2006
A nacionalização do gás boliviano pode ser certa ou errada, conforme o gosto de cada qual, mas tem um aspecto que precisa ser ressaltado: trata-se de cumprimento de contrato, coisa que os liberais, hoje hegemônicos, sempre exigem. Que contrato? O contrato entre candidato e eleitor, que deveria ser sagrado na democracia. Evo Morales prometeu, na campanha, nacionalizar os recursos minerais. O eleitorado "comprou" a promessa e lhe deu a vitória. Está agora fazendo apenas o que prometeu. Democracia é assim. Pena que parte dos que se dizem democratas só gosta de quem cumpre as promessas que lhes agradam. Enamoraram-se, por exemplo, de Luiz Inácio Lula da Silva porque tudo o que prometeu em 23 anos de vida partidária -e que desagradava ao liberalismo- virou "bravata" depois de eleito. É assim que começa a corrupção. Pela corrupção da palavra empenhada.