22 junho 2006
Juros com camisinha
Luís Nassif
22/06/2006
Na coluna de ontem, Sonia Racy, do "Estado de S.Paulo", ouviu o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Sergio Gomes de Almeida, sobre os estudos do Ipea, indicando que o governo teria gasto R$ 250 bilhões com o aumento do salário mínimo de 1995 a 2006. Júlio se debruçou sobre o trabalho e constatou que a metodologia utilizada foi levantar o aumento do gasto a cada ano e corrigir pela taxa Selic -a maior taxa de juros do mundo.
No final de 2002, a Secretaria do Tesouro Nacional e o próprio Giambiagi publicaram duas obras-primas tentando provar que as taxas de juros praticadas a partir do Plano Real não tinham sido a principal causa do crescimento da dívida pública, mas sim a incorporação de "esqueletos" de Estados e municípios. Descobriram os juros com camisinha, incapaz de procriar.
Ou seja, não recorrem à Selic para avaliar a dinâmica da dívida pública; mas são capazes de utilizá-la como indexador de despesas sociais. Depois se ofendem quando taxados de cabeças de planilha.
Luís Nassif
22/06/2006
Na coluna de ontem, Sonia Racy, do "Estado de S.Paulo", ouviu o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Sergio Gomes de Almeida, sobre os estudos do Ipea, indicando que o governo teria gasto R$ 250 bilhões com o aumento do salário mínimo de 1995 a 2006. Júlio se debruçou sobre o trabalho e constatou que a metodologia utilizada foi levantar o aumento do gasto a cada ano e corrigir pela taxa Selic -a maior taxa de juros do mundo.
No final de 2002, a Secretaria do Tesouro Nacional e o próprio Giambiagi publicaram duas obras-primas tentando provar que as taxas de juros praticadas a partir do Plano Real não tinham sido a principal causa do crescimento da dívida pública, mas sim a incorporação de "esqueletos" de Estados e municípios. Descobriram os juros com camisinha, incapaz de procriar.
Ou seja, não recorrem à Selic para avaliar a dinâmica da dívida pública; mas são capazes de utilizá-la como indexador de despesas sociais. Depois se ofendem quando taxados de cabeças de planilha.