09 junho 2006
Luís Nassif
09/06/2006
O Real repetiu com variações o modelo adotado por Rui Barbosa. A remonetização deu-se por meio da atração de capitais externos pelos novos bancos de investimento -no fundo, dinheiro brasileiro depositado no exterior, em paraísos fiscais-, que os convertia em reais.
Os economistas do Real poderiam ter escolhido outros caminhos para remonetizar a economia. Um deles seria simplesmente não rolar integralmente a dívida pública. Em vez de títulos, o investidor receberia reais. A divida seria monetizada, e o mercado teria que se organizar para reciclar os recursos.
Com esse modelo, os passivos públicos praticamente seriam saneados, o mercado de capitais teria enorme impulso, parte preponderante da poupança nacional iria capitalizar os novos investimentos em infra-estrutura e produção de bens de consumo. Optou-se por um modelo calcado nos fluxos internacionais de dólar.
Chegou-se ao cúmulo de transformar o superávit das contas externas brasileiras em déficit, apenas para tornar o dólar um ativo escasso -e, com isso, caro. Depois, com déficits externos cada vez maiores, o país foi proibido de crescer.
Por isso, repito: o que determinou a política cambial do Real foi um modelo de negócio, dos mais bem-sucedidos da história do país.
09/06/2006
O Real repetiu com variações o modelo adotado por Rui Barbosa. A remonetização deu-se por meio da atração de capitais externos pelos novos bancos de investimento -no fundo, dinheiro brasileiro depositado no exterior, em paraísos fiscais-, que os convertia em reais.
Os economistas do Real poderiam ter escolhido outros caminhos para remonetizar a economia. Um deles seria simplesmente não rolar integralmente a dívida pública. Em vez de títulos, o investidor receberia reais. A divida seria monetizada, e o mercado teria que se organizar para reciclar os recursos.
Com esse modelo, os passivos públicos praticamente seriam saneados, o mercado de capitais teria enorme impulso, parte preponderante da poupança nacional iria capitalizar os novos investimentos em infra-estrutura e produção de bens de consumo. Optou-se por um modelo calcado nos fluxos internacionais de dólar.
Chegou-se ao cúmulo de transformar o superávit das contas externas brasileiras em déficit, apenas para tornar o dólar um ativo escasso -e, com isso, caro. Depois, com déficits externos cada vez maiores, o país foi proibido de crescer.
Por isso, repito: o que determinou a política cambial do Real foi um modelo de negócio, dos mais bem-sucedidos da história do país.