02 junho 2006

 

Para não dizer que não falei bem de Delfim
J. Carlos de Assis
02/02/2006

Nem bem acabaram de ser publicados dois artigos meus sobre o extremismo neoliberal do deputado Delfim Netto em matéria fiscal, defronto-me com um outro artigo dele, desta vez sobre política monetária (DCI), o qual subscreveria sem tirar nem pôr uma única vírgula. Eis como começa: “ É dureza ter de reconhecer isso, mas o Banco Central do Brasil e o Conselho de Política Monetária tornaram-se servos do setor financeiro. Usam a autonomia que lhes foi concedida para submeter o setor produtivo aos interesses do ‘mercado' financeiro, ignorando os prejuízos crescentes impostos aos exportadores brasileiros e a agonia dos produtores rurais.”

Aplaudo com entusiasmo a atitude de Delfim. Vindo dele, não se trata de uma crítica vulgar ou que se possa desqualificar como “oposicionista” ou “esquerdista”. É o capital produtivo contra o capital estritamente especulativo. Deixo de lado todas as restrições que tenho feito a ele em matéria de política fiscal para cerrar fileiras com ele na questão dos juros. Se a insanidade do Banco Central for corrigida em algum momento no futuro próximo, de forma a baixar drasticamente a taxa de juros, a maioria dos problemas econômicos brasileiros se esfumará. Os gastos públicos poderão ser elevados sem aumento da carga tributária, o emprego e a demanda retomarão e, com eles, o investimento privado. Como por mágica, desaparecerão também todos os problemas fiscais que tanto têm incomodado Delfim e a Fiesp.

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