11 julho 2006
Erro e obscenidade
Clóvis Rossi
11/07/2006
Agora, um estudo do economista Marcio Pochmann, que é petista e, portanto, insuspeito de participar da suposta conspiração contra o governo Lula, prova que os 10% mais ricos do país e que têm dinheiro aplicado a juros obtiveram um rendimento médio financeiro real (acima da inflação) de 65,8% entre 2001 e 2004, ao passo que os 20% mais pobres (que vivem da renda do trabalho) tiveram um aumento nos ganhos de 19,2%.
Ou, posto de outra forma: a renda dos ricos cresceu três vezes mais que a renda dos pobres. Não há hipótese, nas circunstâncias apontadas, de que se reduza de fato a desigualdade. Não se trata de interesse meramente acadêmico. O brasileiro tolerou tempo demais uma desigualdade obscena. Supor, equivocadamente, que ela está caindo, mesmo microscopicamente, só reforçaria a tolerância. E a obscenidade.
Clóvis Rossi
11/07/2006
Agora, um estudo do economista Marcio Pochmann, que é petista e, portanto, insuspeito de participar da suposta conspiração contra o governo Lula, prova que os 10% mais ricos do país e que têm dinheiro aplicado a juros obtiveram um rendimento médio financeiro real (acima da inflação) de 65,8% entre 2001 e 2004, ao passo que os 20% mais pobres (que vivem da renda do trabalho) tiveram um aumento nos ganhos de 19,2%.
Ou, posto de outra forma: a renda dos ricos cresceu três vezes mais que a renda dos pobres. Não há hipótese, nas circunstâncias apontadas, de que se reduza de fato a desigualdade. Não se trata de interesse meramente acadêmico. O brasileiro tolerou tempo demais uma desigualdade obscena. Supor, equivocadamente, que ela está caindo, mesmo microscopicamente, só reforçaria a tolerância. E a obscenidade.