06 julho 2006
O jogo de mitos na Copa e na economia
J. Carlos de Assis
06/07/2006
A mediocridade evidente da seleção de Parreira não é diferente da fragilidade dos fundamentos “sólidos” da economia de Palocci. Entretanto, a maioria da imprensa esportiva falava em “time de estrelas” e em “Fenômeno”, com a mesma cegueira com que a imprensa econômica não consegue perceber que, na América Latina, o Brasil só não perde do Haiti.
O sucesso econômico brasileiro é tão falso quanto o “time de estrelas”. Sendo ambos criações da mídia, suas debilidades ficam invisíveis por força do massacre de informações distorcidas com que leitores, ouvintes e telespectadores são bombardeados diariamente.
Ronaldo “Fenômeno” é uma invenção contábil, ancorado em milionários contratos publicitários. Depois dele, esta deveria ser a Copa de Ronaldinho, segundo a unânime previsão da mídia e dos publicistas. Cafu deveria bater recordes em copas, assim como Roberto Carlos. A impressão que dá é que os veteranos entraram em campo para defender suas biografias, e não para jogar como um time.
Na economia, temos também veteranos demais. Os conservadores e pseudo-ortodoxos estão nos arrastando ladeira abaixo, obrigando a sociedade a pagar aos agiotas institucionalizados os juros mais altos do mundo (R$ 180 bilhões este ano), sem qualquer contrapartida de investimento produtivo. É uma tragédia bem maior que perder a Copa.
J. Carlos de Assis
06/07/2006
A mediocridade evidente da seleção de Parreira não é diferente da fragilidade dos fundamentos “sólidos” da economia de Palocci. Entretanto, a maioria da imprensa esportiva falava em “time de estrelas” e em “Fenômeno”, com a mesma cegueira com que a imprensa econômica não consegue perceber que, na América Latina, o Brasil só não perde do Haiti.
O sucesso econômico brasileiro é tão falso quanto o “time de estrelas”. Sendo ambos criações da mídia, suas debilidades ficam invisíveis por força do massacre de informações distorcidas com que leitores, ouvintes e telespectadores são bombardeados diariamente.
Ronaldo “Fenômeno” é uma invenção contábil, ancorado em milionários contratos publicitários. Depois dele, esta deveria ser a Copa de Ronaldinho, segundo a unânime previsão da mídia e dos publicistas. Cafu deveria bater recordes em copas, assim como Roberto Carlos. A impressão que dá é que os veteranos entraram em campo para defender suas biografias, e não para jogar como um time.
Na economia, temos também veteranos demais. Os conservadores e pseudo-ortodoxos estão nos arrastando ladeira abaixo, obrigando a sociedade a pagar aos agiotas institucionalizados os juros mais altos do mundo (R$ 180 bilhões este ano), sem qualquer contrapartida de investimento produtivo. É uma tragédia bem maior que perder a Copa.