04 agosto 2006

 

Arejando o debate econômico
Luiz Carlos Mendonça de Barros
04/08/2006

Nesse encontro, fiz uma observação que me parece importante passar para o leitor da Folha. Disse que, além da oportunidade que uma eleição presidencial abre para esse debate, uma outra devia ser levantada: pela primeira vez, em muitas décadas, o presidente a ser eleito vai encontrar uma economia livre de alguns problemas estruturais que perseguiram seus antecessores por várias décadas.

A prevalecer o ritmo atual de acumulação de reservas internacionais, a dívida externa líquida (pública e privada) estará praticamente eliminada em dois ou três anos. Mesmo considerando a esperada desaceleração da economia mundial e as ondas de volatilidade que podem acontecer, o risco de um choque cambial impactar a inflação como no passado é hoje muito menor.

Do lado dos mitos, o principal é sem dúvida o de que não podemos viver com juros reais inferiores a 10% ao ano sem que a inflação volte a subir. Uma política econômica inteligente certamente será capaz de enterrá-lo definitivamente, inclusive usando o apetite dos investidores estrangeiros por títulos brasileiros denominados em reais como instrumento para trazer de forma sustentada os juros internos a níveis bem mais baixos.


Crescimento econômico maior não garante emprego para todos
Agência Carta Maior
03/08/2006

Nesse período, o contingente de trabalhadores assalariados sem carteira assinada mais do que dobrou, chegando a 1,1 milhão, e o de autônomos cresceu quase 60%, superando a marca de 1,6 milhão. Em 1990, o trabalho informal representava 30% das ocupações na Grande São Paulo. Foi a mais de 40%, em 2000, e essa proporção não se alterou substancialmente nem nos últimos cinco anos, quando o desemprego parou de acelerar e o volume de contratações com carteira assinada voltou a superar o de demissões, com o setor formal da economia absorvendo mais trabalhadores do que as ocupações precárias. Hoje, são mais de 3 milhões de ocupados na economia informal da maior metrópole do país. Somados a cerca de 1,6 milhão de desempregados, eles superam o contingente de assalariados do setor formal (3,5 milhões na iniciativa privada e 660 mil no serviço público).

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