28 agosto 2006

 

Classe média, a grande ausente do debate eleitoral
Roberto Jefferson
28/08/2006

Há uns 15 dias, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso cobrou "dramatização" nas campanhas eleitorais, ou seja, está faltando emoção. O que jaz no subconsciente de FHC, contudo, está explicitado nos programas eleitorais: Alckmin é o Lula sem barba; e Lula, o Alckmin barbudo. O PT e o PSDB são iguais, irmãos siameses. Têm os mesmos financiadores, a mesma política compensatória do FMI e o mesmo discurso socialista com práticas capitalistas.

Como acender ideologicamente o debate se tudo é igual, se não se dispõe de antagonismos? Como empolgar a sociedade se todo mundo já sabe que o maestro dessa orquestra política é o mercado financeiro?

Não há nada de novo sob o sol. A redemocratização não semeou esperança, porque todos se curvaram ante o poder dos banqueiros.

Já a classe média encolheu pela metade nos últimos 20 anos. Falta massa crítica porque a classe média se afastou do debate eleitoral, porque está deixando de existir. O Brasil corre o risco de se transformar em uma China - lá não tem classe média, só os burocratas do partido e os novos empresários.

É esta a falta de drama. O PSDB não sai da periferia do PT: é o mesmo discurso, a mesma prática; o discurso social com o acumpliciamento do capitalismo selvagem.
Alckmin está começando a despertar para esse discurso. Já que o PSDB o abandonou, ele que faça o discurso dramático à classe média que foi rebaixada. Que fale em ascensão social, propriedade privada. Falta o grande representante do povo, que é a classe média, até agora alijada. Aqui está o vácuo. Se Alckmin fizer esse discurso, põe o Lula no segundo turno.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?