18 janeiro 2006
Enfim, chegou a CPI da Privataria
Elio Gaspari
18/01/2005
Se não for abafada, investigará as privatizações ocorridas entre 1990 e 2002. Nesse período, três governos venderam cem empresas da Viúva e arrecadaram US$ 105,5 bilhões. 9 em 10 transações deram-se durante o tucanato. Prometeram abater a dívida pública, mas ela foi de 30% do PIB, em 1995, para 62% em 2002.
Prometiam atrair recursos externos, mas os arrematadores foram socorridos por US$ 15,6 bilhões de empréstimos do BNDES e outro ervanário saído dos fundos de pensão de empresas estatais. Em pelo menos dois setores (elétrico e ferroviário) o velho e bom BNDES teve de correr atrás de caloteiros. Prometiam crescimento econômico e nos oito anos do surto privatista dos tucanos a economia cresceu abaixo de 3%, na mediocridade preservada pelo "nosso guia".
Grampos telefônicos, editais self-service, consórcios incestuosos e contratos de gaveta deram componentes escandalosos ao processo. O apagão de 2001 e as tarifas telefônicas lunares impostas por concessionários retrógrados foram as duas principais seqüelas dessa festa.
O exame da privataria pode ter um alcance superior à simples curiosidade fofoqueira em cima dos grandes patrimônios amealhados no período. (Fofoca: é provável que as privatizações tenham produzido as mais rápidas fortunas da história nacional. Nunca tanta gente ganhou tanto dinheiro em tão pouco tempo, sem produzir um só prego.)
Elio Gaspari
18/01/2005
Se não for abafada, investigará as privatizações ocorridas entre 1990 e 2002. Nesse período, três governos venderam cem empresas da Viúva e arrecadaram US$ 105,5 bilhões. 9 em 10 transações deram-se durante o tucanato. Prometeram abater a dívida pública, mas ela foi de 30% do PIB, em 1995, para 62% em 2002.
Prometiam atrair recursos externos, mas os arrematadores foram socorridos por US$ 15,6 bilhões de empréstimos do BNDES e outro ervanário saído dos fundos de pensão de empresas estatais. Em pelo menos dois setores (elétrico e ferroviário) o velho e bom BNDES teve de correr atrás de caloteiros. Prometiam crescimento econômico e nos oito anos do surto privatista dos tucanos a economia cresceu abaixo de 3%, na mediocridade preservada pelo "nosso guia".
Grampos telefônicos, editais self-service, consórcios incestuosos e contratos de gaveta deram componentes escandalosos ao processo. O apagão de 2001 e as tarifas telefônicas lunares impostas por concessionários retrógrados foram as duas principais seqüelas dessa festa.
O exame da privataria pode ter um alcance superior à simples curiosidade fofoqueira em cima dos grandes patrimônios amealhados no período. (Fofoca: é provável que as privatizações tenham produzido as mais rápidas fortunas da história nacional. Nunca tanta gente ganhou tanto dinheiro em tão pouco tempo, sem produzir um só prego.)