29 janeiro 2006
A indústria estéril da arbitragem
Luis Nassif
29/01/2006
O sábio recluso me escreve de novo. Andou analisando a indústria da arbitragem de juros, criada pelo Plano Real e mantida pelo governo Lula. Consiste em trazer dólares de fora, a um custo baixo, e aplicar aqui em títulos públicos, à taxa Selic, sem risco, tudo garantido pelo Banco Central.
Ele compara esse ciclo de rendimentos parasitários às lavras de ouro e de diamantes, nos primórdios da colonização, e ao tráfico de escravos, negócio central do capitalismo brasileiro por 200 anos, estabelecendo em torno dele um anel de negócios paralelos de navegação, bancos e seguros.
Tome-se o exemplo:
1. O investidor pegou um empréstimo de US$ 10 milhões no exterior e entrou no Brasil no início de 2003, com o dólar a R$ 3,50. Converteu e aplicou R$ 35 milhões em papéis Selic por três anos, a uma média de rentabilidade de 20% ano (apenas para exemplificar).
2. No primeiro ano os papéis valiam R$ 42 milhões; no segundo ano, R$ 50,4 milhões; no terceiro ano, R$ 60 milhões.
3. No resgate, ele pode recomprar os dólares a R$ 2,25, ficando com US$ 26,66 milhões. Pagou os US$ 10 milhões do empréstimo, mais US$ 2,5 milhões de juros. Seu lucro foi de US$ 14,1 milhões, quase uma vez e meia seu capital inicial, em apenas três anos, além do rendimento de sua aplicação original que lastreou o empréstimo.
Luis Nassif
29/01/2006
O sábio recluso me escreve de novo. Andou analisando a indústria da arbitragem de juros, criada pelo Plano Real e mantida pelo governo Lula. Consiste em trazer dólares de fora, a um custo baixo, e aplicar aqui em títulos públicos, à taxa Selic, sem risco, tudo garantido pelo Banco Central.
Ele compara esse ciclo de rendimentos parasitários às lavras de ouro e de diamantes, nos primórdios da colonização, e ao tráfico de escravos, negócio central do capitalismo brasileiro por 200 anos, estabelecendo em torno dele um anel de negócios paralelos de navegação, bancos e seguros.
Tome-se o exemplo:
1. O investidor pegou um empréstimo de US$ 10 milhões no exterior e entrou no Brasil no início de 2003, com o dólar a R$ 3,50. Converteu e aplicou R$ 35 milhões em papéis Selic por três anos, a uma média de rentabilidade de 20% ano (apenas para exemplificar).
2. No primeiro ano os papéis valiam R$ 42 milhões; no segundo ano, R$ 50,4 milhões; no terceiro ano, R$ 60 milhões.
3. No resgate, ele pode recomprar os dólares a R$ 2,25, ficando com US$ 26,66 milhões. Pagou os US$ 10 milhões do empréstimo, mais US$ 2,5 milhões de juros. Seu lucro foi de US$ 14,1 milhões, quase uma vez e meia seu capital inicial, em apenas três anos, além do rendimento de sua aplicação original que lastreou o empréstimo.
Comments:
Olha, eu desejo muito que você seja bastante lido, pois o desconhecimento por parte de uns e o silêncio por parte dos que conhecem, são o alimento desses Srs. Sanguessugas.
Parabéns e que nunca te falte a voz.
Parabéns e que nunca te falte a voz.